Ciclovia que caiu no Rio deveria ter resist�ncia 12 vezes maior

S�o Paulo, 20 - Estudos t�cnicos encomendados pela prefeitura do Rio depois do acidente na ciclovia Tim Maia, entre Leblon e S�o Conrado, na zona sul, apontam que o trecho destru�do ao ser atingido por forte onda deveria ter resist�ncia 12 vezes maior.

A �rea da ciclovia conhecida como Gruta da Imprensa tinha estrutura de 0,55 toneladas por metro quadrado, segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Hidrovi�rias (INPH). Se for reconstru�do, como anunciou o prefeito Eduardo Paes (PMDB), o trecho ter� que ter 6,6 toneladas por metro quadrado. A press�o exercida pela onda sobre a ciclovia na hora do acidente era de 3 toneladas por metro quadrado, ou seja, 5,4 vezes maior do que a ciclovia poderia suportar. O acidente aconteceu no dia 21 de abril e matou duas pessoas.

Estudos das ondas nos �ltimos cem anos na regi�o apontam que a maior onda no per�odo, chamada "centen�ria" teve press�o equivalente a 4,4 toneladas por metro quadrado. Para refazer o trecho, o engenheiro Domenico Accetta disse que � necess�rio aplicar um fator de seguran�a de 1,5, o que explica a recomenda��o de 6,6 toneladas por metro quadrado para o trecho a ser reconstru�do. O INPH tamb�m sugere a utiliza��o de um sistema de alerta que interrompa o funcionamento da ciclovia quando a intensidade das ondas aumentar.

Pesquisadores da Coordenadoria de Programa de P�s Gradua��o da UFRJ (Coppe) e do INPH participaram nessa quinta, 19, ao lado do prefeito, de uma apresenta��o das primeiras conclus�es dos estudos. Os t�cnicos da Coppe disseram que voltar�o ao local do acidente para novas an�lises antes de apresentar o relat�rio final.

Paes disse n�o ter d�vida de que houve falha no projeto da ciclovia, mas lembrou que os culpados pelo acidente ser�o apontados por uma investiga��o policial. "Houve um problema de projeto, mas caber� � pol�cia (apontar) a responsabilidade espec�fica", afirmou. Quando conclu�dos, os estudos t�cnicos da Coppe e do INPH ser�o encaminhados aos policiais e peritos que trabalham no caso. A obras de reconstru��o da ciclovia, informou o prefeito, ser�o feitas pelo mesmo cons�rcio construtor, Contemat-Concrejato, sem custos adicionais para a prefeitura.

Paes reiterou a inten��o de reconstruir a ciclovia, mas n�o arriscou uma estimativa da data em que as obras podem ter in�cio, muito menos quando poder�o ser conclu�das. "Eu j� sabia h� algum tempo que a ciclovia pode ser recuperada e agora vemos que a solu��o estrutural pode ser mais simples do que se imaginava, que provavelmente n�o ser� necess�rio alterar o trajeto", afirmou. O prefeito disse torcer para que a ciclovia seja reaberta at� a Olimp�ada, mas reconheceu que seria o "otimismo dos otimismos". "N�o � a Olimp�ada que vai nortear o in�cio e a dura��o das obras".

Segundo Paes, a prefeitura est� em fase final de negocia��o com a fam�lia do engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, para que seja indenizada pelo acidente. No caso da outra v�tima, o gari comunit�rio Ronaldo Severino da Silva, a prefeitura aguarda a manifesta��o da vi�va, por meio da Defensoria P�blica. Inicialmente, as indeniza��es ser�o pagas pela prefeitura, mas, se for comprovada a responsabilidade das empresas construtoras, o munic�pio cobrar� do cons�rcio.

"A empresa ter� que responder por seus atos, se for respons�vel (pelo acidente), como acredito que seja. A prefeitura vai pagar as indeniza��es e, se a responsabilidade (do cons�rcio) se consolidar, vamos cobrar da empresa. As indeniza��es n�o resolvem a dor das fam�lias, mas queremos evitar que elas tenham que brigar na justi�a por uma repara��o que � justa", afirmou Paes.

O prefeito anunciou que o elevado do Jo�, obra da prefeitura na mesma regi�o do acidente, ser� inaugurado no prazo de 15 dias, mas que a ciclovia da Praia do Pepino ainda n�o entrar� em funcionamento. T�cnicos da prefeitura far�o novos testes de seguran�a antes da inaugura��o da ciclovia.