Bras�lia, 28 - A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra C�rmen L�cia, divulgou uma nota de rep�dio ao caso de estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro. No texto, a magistrada afirma que a viol�ncia contra a mulher � "inadmiss�vel, inaceit�vel e insuport�vel" e diz que o crime dep�e contra a civiliza��o e a humanidade.
"O grav�ssimo delito praticado contra essa menor - mulher e, nessa condi��o, sujeita a todos os tipos de viol�ncia em nossa sociedade - repugna qualquer ideia de civiliza��o ou mesmo de humanidade. � inadmiss�vel, inaceit�vel e insuport�vel ter de conviver sequer com a ideia de viol�ncia contra a mulher em n�vel t�o assustadoramente hediondo e degradante", escreveu a ministra.
O texto foi divulgado neste s�bado, 28, em redes sociais, por assessores da ministra. No comunicado, ela afirma que, em crimes como este, todas as mulheres s�o v�timas. "N�o pergunto o nome da v�tima: � cada uma e todas n�s mulheres e at� mesmo os homens civilizados, que se p�em contra a barb�rie deste crime, escancarado feito cancro de perversidade e horror a todo o mundo".
Para C�rmen L�cia, o crime contra a jovem atinge a todas as mulheres, sendo necess�rio que as autoridades trabalharem para que outros casos como este n�o se repitam. "N�o � a v�tima que � apenas violentada. � cada ser humano capaz de ver o outro e no outro a sua pr�pria identidade. A n�s mulheres n�o cabe perguntar quem � a v�tima: � cada uma e todas n�s".
No comunicado a ministra se p�e no lugar da v�tima da viol�ncia no Rio e cobra uma resposta das autoridades. "Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. � o que pensam e praticam os criminosos que haver�o de ser devida e rapidamente responsabilizados", diz a nota.
N�o � a primeira vez que C�rmen L�cia assume postura a favor das mulheres. Coordenadora nacional da campanha Justi�a pela paz em casa, encampada pelo Poder Judici�rio, a ministra levanta a bandeira feminista desde que assumiu o cargo no STF.
Em 2007, ela foi a primeira mulher a usar cal�as na Corte. O traje, proibido �s frequentadoras do plen�rio do STF, foi liberado em 2000, mas, at� ent�o, nenhuma ministra havia rompido com o protocolo. Na �poca, o ato simb�lico da ministra foi interpretado como a quebra de uma tradi��o considerada machista.
Confira a nota de C�rmen L�cia na integra:
"O grav�ssimo delito praticado contra essa menor - mulher e, nessa condi��o, sujeita a todos os tipos de viol�ncia em nossa sociedade - repugna qualquer ideia de civiliza��o ou mesmo de humanidade.
� inadmiss�vel, inaceit�vel e insuport�vel ter de conviver sequer com a ideia de viol�ncia contra a mulher em n�vel t�o assustadoramente hediondo e degradante. N�o � a v�tima que � apenas violentada. � cada ser humano capaz de ver o outro e no outro a sua pr�pria identidade.
A luta contra tal crueldade � intensa, permanente, cabendo a cada um de n�s - mais ainda ju�zes - atuar para dar cobro e resposta � sociedade contra tal chaga da sociedade.
O que ocorreu n�o � apenas uma injusti�a a se corrigir; � uma viol�ncia a se responsabilizar e a se prevenir para que outras n�o aconte�am.
Repito: a n�s mulheres n�o cabe perguntar quem � a v�tima: � cada uma e todas n�s. Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. � o que pensam e praticam os criminosos que haver�o de ser devida e rapidamente responsabilizados.
Ministra C�rmen L�cia - STF"