
Os dois foram levados para a Cidade da Pol�cia, no Jacar�, na Zona Norte. Souza e Perdomo haviam prestado depoimento na sexta-feira, 27. Na ocasi�o, Souza saiu da Cidade da Pol�cia sorridente, dizendo ter "provado" que n�o houve estupro. Ele assumiu ter divulgado as imagens da adolescente.
Perdomo, apontado pela adolescente como seu namorado, negou ter envolvimento com a jovem. Nessa segunda-feira, a delegada Cristiana Bento, titular da DCAV, pediu a pris�o tempor�ria de seis suspeitos.
"Mesmo que ele fique preso, ir� � delegacia. A gente sabe que ele est� falando a verdade, vou estudar o pedido de pris�o para apresentar as medidas cab�veis", havia afirmado o advogado de Perdomo, Eduardo Antunes, antes da pris�o do jovem.
"Lucas est� revoltado e desesperado com essa situa��o. Ele quer se apresentar � pol�cia e explicar tudo o que aconteceu, j� se disponibilizou inclusive a fazer teste de DNA, vamos provar que n�o h� vest�gio de Lucas na jovem. Ele n�o encostou nela naquele dia", acrescentou o advogado na oportunidade.
Est�o sendo procurados S�rgio Luiz da Silva J�nior, conhecido como Da Russa; Marcelo Miranda da Cruz Correa; Raphael Assis Duarte Belo e Michel Brasil da Silva. Da Russa � apontado como chefe do tr�fico do Morro da Bar�o, na Pra�a Seca, onde ocorreu o crime. O Disque Den�ncia oferece R$ 1 mil para quem der informa��es sobre seu paradeiro.
Laudo do exame
O laudo da per�cia n�o apontou ind�cios de viol�ncia no caso do estupro coletivo contra uma adolescente de 16 anos no Rio, mas a delegada Cristiana Bento, respons�vel pela investiga��o, informou que est� convicta de que a agress�o ocorreu. "Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito � importante, mas n�o determinante. Temos que verificar as outras provas e as imagens mostram o rapaz manipulando a menina. O v�deo prova o abuso sexual", explicou Cristiana, em entrevista � imprensa na tarde dessa segunda-feira.
O resultado do exame ocorreu por causa da demora da v�tima em fazer o registro na pol�cia e o exame de corpo de delito. Cristiana frisou que neste caso, a v�tima estava desacordada e, portanto, n�o teria oferecido resist�ncia, o que inviabilizaria a exist�ncia de uma les�o detect�vel no exame. "Vamos provar agora quantas pessoas praticaram o crime, se foram 10, se foram 15, mas que houve crime, houve", detalhou a delegada. Nas imagens, divulgadas pelos pr�prios agressores, um deles menciona "mais de 30" homens.
Cristiana, titular da Delegacia da Crian�a e Adolescente V�tima assumiu as investiga��es depois que o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repress�o a Crimes de Inform�tica (DRCI), foi afastado. De acordo com a ent�o advogada da v�tima, Elo�sa Samy Santiago, ele teria conduta inadequada no depoimento. Questionou, por exemplo, se a garota tinha h�bito de praticar sexo grupal. A pol�cia entrou no caso na quinta-feira e somente nesta segunda seis suspeitos foram considerados foragidos.
O chefe da Pol�cia Civil, Fernando Veloso afirmou que "n�o h� provas t�o robustas" de que o crime teria sido cometido por mais de 30 homens, mas que a pol�cia continua a buscar elementos que possam comprovar o que foi dito pela pr�pria v�tima e por um homem que aparece no v�deo divulgado na internet. A jovem disse para a pol�cia que foi atacada por 33 homens e que muitos deles estavam armados. A delegada da DCAV disse que, em casos de viol�ncia sexual, o depoimento da v�tima tem peso muito grande.
Culpabiliza��o da v�tima
Em entrevista neste domingo ao Fant�stico, da TV Globo, a adolescente declarou que est� recebendo amea�as pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos.
"Quando vim � delegacia, n�o me senti � vontade em nenhum momento. Acho que � por isso que as mulheres n�o fazem den�ncias", disse a adolescente. Ao explicar o que aconteceu na delegacia, a jovem afirmou: "Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada".
No mesmo dia, a fam�lia decidiu dispensar a advogada Elo�sa, que defendia a adolescente no caso. Ela ser� protegida pelo Programa de Prote��o a Crian�as e Adolescentes Amea�ados de Morte, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, em parceria com o governo federal.
(Com Ag�ncia Estado)