Rio, 07 - O promotor Marcio Nobre, que acompanha o inqu�rito policial sobre o estupro coletivo da adolescente de 16 anos, disse nesta ter�a-feira, 7, ao jornal O Estado de S. Paulo considerar que o caso est� "praticamente conclu�do". Ele afirmou n�o acreditar que seja dif�cil individualizar a conduta de cada um dos envolvidos, como se supunha no come�o das investiga��es, dada a possibilidade de haver muitas pessoas na cena do crime, e espera apresentar a den�ncia nas pr�ximas tr�s semanas.
"� poss�vel que n�o tenham sido 33 (a v�tima disse � Pol�cia Civil que 33 homens a estupraram), mas n�o descarto haver mais gente. Provavelmente, isso vai ser objeto de novas investiga��es", disse Nobre, da Promotoria de Investiga��o Penal.
O promotor planeja formular a cronologia exata dos fatos, desde que a adolescente saiu do baile funk, no Morro da Bar�o, zona oeste do Rio, na manh� de 21 de maio, s�bado, at� a grava��o do v�deo na noite do dia seguinte. As imagens a mostram nua e desacordada. � humilhada e tem as partes �ntimas tocadas.
A per�cia das imagens j� concluiu, segundo a Delegacia de Prote��o � Crian�a e � Adolescente V�tima (DCAV), que havia pelo menos quatro homens no local, que devem ser indiciados por estupro. Os peritos se basearam nas diferentes vozes masculinas identificadas.
Os acusados de estupro seriam o lutador Ra� de Souza, de 22 anos, j� preso, que diz ter feito sexo consentido com a jovem; o dono de lava-jato Raphael Duarte Bello, de 41, tamb�m preso, que fez selfie junto ao corpo nu da v�tima e a teria tocado; e o traficante conhecido como Jefinho ou Perninha, foragido.
A pol�cia suspeita que o quarto seja o traficante Mois�s Lucena, o Can�rio, reconhecido pela jovem como o homem que a segurou durante o estupro. Tamb�m est� foragido o traficante S�rgio Luiz da Silva J�nior, o Da Russa, que controla a venda de drogas na favela.
Os foragidos Michel Brasil da Silva e Marcelo Miranda da Cruz Correa s�o acusados terem divulgado o v�deo da menina desacordada nas redes sociais. Eles n�o moram no morro e n�o teriam participado do estupro.
A situa��o de Souza se agravou com a descoberta de que o chinelo preto usado por ele no dia 30, quando de sua pris�o, pode ser o mesmo que aparece na filmagem, assim como uma bermuda vista no v�deo, que ele tamb�m vestia no dia 30, quando foi preso. A suspeita � de que Souza esteja mentindo quando se exime de responsabilidade pelo estupro coletivo. Peritos est�o analisando o formato do p� dele e do que aparece na cena, assim como detalhes do chinelo.
Al�m do crime de estupro de menor de idade, que pode resultar em pena de at� 12 anos de pris�o, ser� inclu�do na den�ncia do Minist�rio P�blico o de produ��o e divulga��o de imagem pornogr�fica envolvendo adolescente, cuja pena � de at� oito anos. A apologia ao estupro verificada em dezenas de v�deos e �udios depreciativos que se espalham pelo YouTube e as redes sociais ainda n�o est� sendo investigada.
Redes sociais
A pol�cia est� monitorando cerca de 2,7 mil perfis no Facebook, de pessoas que comentam o crime, compartilham fotos relacionadas ao caso e aos envolvidos e que podem fornecer involuntariamente alguma pista. Gra�as a esse rastreio os investigadores descobriram que o celular de Souza, que ele afirmara ter jogado fora, estava na casa de um amigo.
No aparelho foram recuperados dois v�deos que comprovam o estupro coletivo. A segunda grava��o ainda est� sob per�cia. Com 12 segundos de dura��o, ela mostra a v�tima tentando resistir � abordagem de um homem, que seria Bello. Ele diz: "N�o o qu�, p�?" A adolescente reclama de dor. A seguir, ele tenta introduzir um batom nas partes �ntimas da v�tima.