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Estado de Minas

Sites pornogr�ficos lucram ao expor imagens roubadas de menores


postado em 12/06/2016 08:01

S�o Paulo, 12 - Imagens de nudez de garotas e mulheres t�m aparecido sem que elas saibam em sites amadores de pornografia brasileiros. Fotos e v�deos chamados de "nudes", feitos por amigos ou ex-namorados, divulgados sem consentimento, resultam em lucro na internet. S�o jovens com idade entre 14 e 25 anos, de todas as classes sociais, com sua intimidade exposta. No Pa�s, entre os 30 maiores sites identificados pelo Estado que n�o checam a proced�ncia do conte�do publicado, a audi�ncia mensal chega a at� 3,5 milh�es de visualiza��es e pode render R$ 95 mil por ano para cada administrador.

As fotos das v�timas se espalham na web, em um movimento conhecido como "viraliza��o", e as levam ao constrangimento e � humilha��o, disseram as mulheres � reportagem. Nas publica��es, deixam de ser meninas e viram "novinhas" ou "ninfetas", termo que remete a adolescentes ou mulheres infantilizadas. Quando uma novinha tem sua foto viralizada, diz-se que ela "caiu na net".

Uma universit�ria do interior de S�o Paulo, de 19 anos, foi v�tima de um rapaz que conheceu pelas redes sociais quando tinha 15. "A gente come�ou a conversar e ele sempre dava em cima de mim, mas nunca dei trela. S� que uma vez terminei com meu namorado e acabei cedendo ao pedido dele para aparecer na webcam. Pedi para n�o gravar, mas ele gravou", disse.

Tr�s anos depois, ela soube por um amigo que o v�deo estava em sites de pornografia. "Na hora, gelei. Peguei todas as provas de que era ele quem tinha divulgado e minha m�e levou para a Pol�cia Federal. N�o sei o que aconteceu, porque n�o quis mais saber do assunto."

Sem produzir conte�do pr�prio, os sites divulgam fotos e v�deos como os da jovem paulista. Al�m de replicar imagens j� divulgadas, p�em � disposi��o de qualquer internauta formul�rios nos quais podem ser enviadas fotos. O usu�rio deve informar o nome da v�tima e enviar ao menos um nude.

Os propriet�rios reconhecem n�o fazer nenhum filtro das imagens. "Em muitos casos, em 90%, � imposs�vel identificar se realmente as fotos ou os v�deos s�o de quem envia", disse, por e-mail, o site Brasil Tudo Liberado, um dos maiores e mais conhecidos, com 2,3 milh�es de acessos ao m�s.

A reportagem, sem se identificar, questionou sobre como proceder para fazer um an�ncio e sobre a legalidade das divulga��es. "Legal, legal n�o �, n�? Mas n�o d� problema, n�o", disse o dono do site S� Novinhas, por e-mail. Ele cobra R$ 120 por um banner de 300x250 pixels. "Conhe�o muita gente que vive disso. Com o site, d� para tirar R$ 5 mil por m�s."

Legalidade. O dono do site Junior Paganinix, que divulga na p�gina inicial fotos de nudez de uma adolescente, reconheceu o risco de cometer crimes "sem saber". "Todo o conte�do que publicamos passa por uma an�lise pr�via. Entretanto, � extremamente dif�cil julgar a idade de uma garota pela sua apar�ncia f�sica." Especialistas em direito digital afirmam que a divulga��o � crime (mais informa��es nesta p�gina).

O Estado mapeou os sites com base na ferramenta digital Similar Web por duas semanas. O programa registra o acesso �s p�ginas iniciais, sem considerar a navega��o interna. O n�mero � subnotificado e pode ser at� quatro vezes maior.

A reportagem identificou quem registrou cada dom�nio - endere�o virtual -, com base no site who.is, mesmo instrumento usado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) em investiga��es. Eles est�o em S�o Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Goi�s, Santa Catarina, Cear�, Mato Grosso e Alagoas.

O dono do Cantinho dos Nudes, al�m de oferecer banner por R$ 130, explicou � reportagem como produzir um site (o que custaria cerca de R$ 150). Duas ferramentas s�o usadas para ganhar dinheiro: os sites Ero Advertising e HilltopAds, que pagam em euro e d�lar por clique recebido nas p�ginas, sem interferir no conte�do.

O propriet�rio da publica��o afirmou que recebeu R$ 1,6 mil no m�s passado. "Eles pagam uma quantia por visualiza��es nos banners deles (que saltam assim que o site � acessado) e uma quantia por cliques recebidos neles", explicou. Donos de tr�s sites pornogr�ficos ainda informaram nome, CPF e conta corrente para dep�sito do valor caso houvesse interesse em anunciar. O Estado levou as informa��es ao MPF. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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