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Estado de Minas

Instituto Butant� come�a a testar vacina contra a dengue em todo o pa�s

Testes come�aram a ser realizados com 1,2 mil volunt�rios na Faculdade de Medicina de S�o Jos� do Rio Preto (Famerp), no interior paulista


postado em 25/06/2016 10:20 / atualizado em 25/06/2016 10:49

Começam os testes em humanos da primeira vacina brasileira contra a dengue(foto: Daniel Guimarães/ Fotos Públicas )
Come�am os testes em humanos da primeira vacina brasileira contra a dengue (foto: Daniel Guimar�es/ Fotos P�blicas )

Os testes da terceira e �ltima etapa da vacina contra a dengue, que j� vinham sendo feitos desde fevereiro com 1,2 mil volunt�rios recrutados pelo Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (USP), come�aram a ser realizados tamb�m, nessa quinta-feira (23), com 1,2 mil volunt�rios na Faculdade de Medicina de S�o Jos� do Rio Preto (Famerp), no interior paulista.

O Hospital das Cl�nicas e a Famerp s�o dois dos 14 centros de estudo credenciados pelo Instituto Butant� - que desenvolve a vacina -, onde ser�o feitos os testes da terceira etapa do projeto. Esta fase envolver� 17 mil pessoas em 13 cidades, nas cinco regi�es do pa�s. Na pr�xima semana, segundo o instituto, um centro em Manaus (AM) e outro em Boa Vista (RO) tamb�m dar�o in�cio aos trabalhos.

A �ltima etapa da pesquisa servir� para comprovar a efic�cia da vacina. Do total de volunt�rios, dois ter�os receber�o a vacina e um ter�o receber� placebo, que � uma subst�ncia com as mesmas caracter�sticas da vacina, mas sem os v�rus, ou seja, sem efeito. Ningu�m - nem a equipe m�dica e nem o volunt�rio - saber� quem vai receber a vacina e quem receber� o placebo. O objetivo � descobrir, a partir dos exames do material coletado desses volunt�rios, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doen�a.

Segundo Jorge Kalil. diretor do Instituto Butant�, S�o Jos� do Rio Preto � a �nica cidade sem ser uma capital que participar� desta etapa. “� o �nico centro que n�o est� em uma capital. [S�o Jos� do] Rio Preto tem uma medicina de muito boa qualidade e est� em uma regi�o onde � muito forte a dengue. Ent�o, � lugar bom para a gente testar [a vacina]”, disse Kalil, em entrevista � Ag�ncia Brasil.

Em S�o Jos� do Rio Preto, a vacina��o e o acompanhamento dos volunt�rios pela Famerp s�o feitos em uma Unidade B�sica de Sa�de. As pessoas que participar�o do teste s�o volunt�rias, saud�veis, que j� tiveram ou n�o dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em tr�s faixas et�rias: 2 a 6 anos, 7 a 17 e 18 a 59. Eles s�o acompanhados pela equipe m�dica por um per�odo de cinco anos para verificar quanto tempo dura a prote��o oferecida pela vacina.

“Essa �ltima etapa significa que, nos 14 centros, vamos vacinar 17 mil pessoas em tr�s faixas et�rias. Vamos come�ar pelos adultos, depois os adolescentes e, em seguida, as crian�as. Vamos dar a vacina em um estudo chamado de duplo cego aleat�rio, ou seja, nem a pessoa que administra nem a que recebe sabe se est� tomando a vacina ou o placebo. Vamos ver os casos que v�o ocorrer naturalmente de dengue. H� um comit� de observa��o que sabe quem recebeu uma coisa ou outra [placebo ou vacina], e que vai observar, por c�lculos estat�sticos, para mostrar se a vacina protege e em que percentual. Esperamos que proteja entre 80% e 90%”, acrescentou Kalil.

Segundo ele, a �ltima etapa de testes pode durar em torno de um ano. "Podemos ter a resposta daqui a um ano, mas vamos acompanhar esses indiv�duos por cinco anos porque queremos saber como eles v�o se comportando nesse per�odo: se ainda estar�o protegidos contra a dengue e se haver� necessidade de uma dose de refor�o no futuro”, disse.

O instituto estima que a vacina esteja dispon�vel para registro at� 2018. “Essa vacina � importante para o mundo todo. H� 3 bilh�es de pessoas no mundo que t�m risco de contrair a dengue e existem no Brasil, por ano, mais de 3 milh�es de casos da doen�a, com mortalidade relativamente elevada”, acrescentou o diretor do instituto.

A vacina

A vacina contra a dengue tem potencial para proteger contra quatro v�rus da doen�a com uma �nica dose. Ela � produzida com v�rus vivos, mas geneticamente enfraquecidos. Com os v�rus vivos, a resposta imunol�gica � maior, mas como eles est�o atenuados, n�o h� potencial para provocar a doen�a.

Nas etapas anteriores, a vacina foi testada em 900 pessoas: 600 na primeira fase de testes cl�nicos, feita nos Estados Unidos, e 300 na segunda etapa, realizada na cidade de S�o Paulo em parceria com a Faculdade de Medicina da USP (por meio do Hospital das Cl�nicas e do Instituto da Crian�a) e com o Instituto Adolfo Lutz.

Segundo Kalil, as demais fases de testes demonstraram que a vacina tem se comportado bem. “Se pegarmos todos os casos das outras fases, quando olhamos o n�vel de anticorpos neutralizantes produzidos, ou seja, o n�mero de anticorpos que n�o deixam o v�rus proliferar, vemos que ela induziu uma resposta muito forte contra os quatro sorotipos. Al�m de anticorpos, a vacina induz uma resposta celular, ou seja, a vacina ensina linf�citos chamados T a se defenderem do v�rus e isso � um coadjuvante muito importante da resposta antiviral”, comentou.


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