
“A maioria das pessoas chega ao posto de sa�de ou ao atendimento prim�rio com efeitos psicossom�ticos. Por que 50% dos exames laboratoriais n�o s�o retirados pelos interessados? Por que 80% d�o resultado normal? Porque foram pedidos sem necessidade”, disse o ministro, na manh� de ontem (15), em evento na sede da Associa��o M�dica Brasileira (AMB), em S�o Paulo.
Barros disse que a popula��o costuma associar uma boa consulta � solicita��o de exames e defendeu que os m�dicos ajudem a mudar esse pensamento. “Se (o paciente) n�o sair ou com receita ou com pedido de exame, ele acha que n�o foi ‘consultado’. Isso � uma cultura do povo, mas acho que todos n�s temos de ajudar a mudar, porque isso n�o � compat�vel com os recursos que temos”, declarou. “N�o temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que n�o s�o necess�rios s� para satisfazer as pessoas, para elas acharem que sa�ram bem atendidas do postinho de sa�de.”
O ministro defendeu que os m�dicos fa�am uma investiga��o mais criteriosa do paciente, antes de solicitar exames ou prescrever rem�dios. “O m�dico tem de apalpar o cliente, fazer anamnese, tem de conversar com a pessoa”, afirmou.
Cr�ticas
- Representantes de entidades m�dicas discordaram da afirma��o de Barros de que a maioria da popula��o procura postos de sa�de sem estar, de fato, doente. “De maneira geral, qualquer unidade de sa�de ter� 70% dos exames com resultado normal. Isso acontece porque o paciente n�o � bem examinado, n�o � bem interrogado, e s�o solicitados os exames errados. Ou ent�o, na rede p�blica, o exame demora tanto para ficar pronto que, at� l�, o paciente j� sarou e n�o vai retirar o resultado”, diz Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Cl�nica M�dica.
Ele afirma que a solicita��o de exames desnecess�rios est� relacionada a falhas na forma��o ou na postura do m�dico. “O paciente n�o tem culpa nisso. A maioria tem queixa real, que n�o � devidamente valorizada pelo m�dico”, afirmou.
Presidente da Associa��o M�dica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso afirmou que o paciente nem tem o poder de escolher se quer fazer exames ou tomar rem�dios e � preciso avaliar melhor os dados informados pelo ministro antes de qualquer conclus�o. “O julgamento do que o doente precisa � m�dico. �s vezes est� l� que o doente n�o foi pegar (o resultado do exame), mas o doente ou o m�dico viram na internet. Precisamos saber quais lugares t�m essa popula��o de pacientes atendidos com exames normais ou que n�o foram busc�-lo. Porque, sen�o, fica algo jogado no ar.”