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Estado de Minas

L�der em Varginha acredita em aumento do preconceito contra mu�ulmanos

Omar Rodio disse que a entidade prega a paz e que n�o faz nenhuma alus�o ao terrorismo.


postado em 23/07/2016 08:30 / atualizado em 23/07/2016 09:32

Duas pessoas foram ouvidas em Varginha (Sul de Minas) na Opera��o Hashtag, deflagrada pela Pol�cia Federal na quinta-feira, para investigar suspeitos de articular ataques terroristas no Brasil durante a Olimp�ada do Rio de Janeiro. As duas pessoas (que seriam um casal) foram alvo de um mandado de busca e apreens�o e foram liberadas duas horas ap�s depoimento prestado � PF. Os dois investigados pertencem � Sociedade Isl�mica de Varginha. O l�der da entidade, sheik Omar Rodio, nega qualquer rela��o com o terrorismo e disse acreditar que a a��o do governo brasileiro, por interm�dio da PF, s� vai aumentar o acirramento dos �nimos e o preconceito contra mu�ulmanos no pa�s.


“Os mu�ulmanos passaram a ser expostos no Brasil como se fossem terroristas. Isso fez criar o medo entre as pessoas”, afirmou Omar Rodio, que � natural de Juiz de Fora, � formado em hist�ria e morou sete anos no Sud�o, na �frica. “A ideia colocada � que o governo do Brasil considera como se n�s mu�ulmanos f�ssemos ligados a grupos terroristas”, reclamou Rodio, que tamb�m criticou a forma como a lei antiterrorismo foi colocada em pr�tica.


Criada h� quatro anos, a Sociedade Isl�mica de Varginha tem sua sede em uma mesquita no Centro da cidade, onde s�o ministradas palestras pelo seu l�der sobre o isl�. A comunidade conta com 35 integrantes, entre os quais os dois investigados, que tiveram os nomes preservados.


Omar Rodio disse que a entidade prega a paz e que n�o faz nenhuma alus�o ao terror. “N�o temos nenhuma rela��o com o Estado Isl�mico ou qualquer outro grupo terrorista. A paz � o sentido fundamental do isl�”, destacou o l�der da comunidade de Varginha, lembrando que as suas prega��es seguem a “Suna” (“caminho trilhado”, em �rabe) do profeta Maom� (Muhammad, no Islamismo), baseadas no Alcor�o, o livro sagrado do isl�.


Ele afirmou que n�o existiam provas ou ind�cios contra os investigados em Varginha e que a opera��o da PF causou constrangimento aos frequentadores da mesquita local. “As pessoas da comunidade ficaram chateadas, pois n�o h� nada de errado e sofreram buscas e foram tratadas como bandidas. Fomos procurados n�o porque somos terroristas, mas apenas porque somos mu�ulmanos”, afirmou Omar Rodio. “A sensa��o foi que a Pol�cia Federal e o governo sa�ram atirando para todos os lados, sem medo de acertar ningu�m”, protestou.


O l�der da sociedade isl�mica salientou que a comunidade mu�ulmana no Brasil � alvo de preconceito e que j� houve ataques contra mesquitas no pa�s – em Bras�lia e SP. Relatou que, principalmente, ap�s os epis�dios violentos na S�ria e as a��es e os ataques do grupo terrorista do Estado Isl�mico em pa�ses da Europa (B�lgica, Turquia e Fran�a), os mu�ulmanos passaram a ser v�timas de preconceito religioso e de atitudes hostis por parte de membros de outras religi�es que desconhecem as prega��es do profeta Maom� e do Alcor�o. Em Varginha, uma integrante da comunidade isl�mica chegou ser xingada na rua de “mulher-bomba”. “Pelo fato de sermos mu�ulmanos, passamos a ser vistos como pessoas perigosas. Isso um preconceito. � como dizer que todo mundo que mora na favela seja bandido”, afirmou.


Omar Rodio tamb�m criticou a Lei Antiterrorismo, que, segundo ele, afronta o estado de liberdade de direito. “Esta lei contraria, por exemplo, a liberdade ao culto religioso. Ela tamb�m contraria a liberdade de express�o. Ela prev� que uma pessoa pode ser presa por pensar em cometer um crime. Como a pessoa pode ser considerada criminosa somente por pensar?”, questiona.

 


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