
Rio, 26 - Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) feita em 2015 com alunos de 13 a 17 anos, do 5º ano fundamental at� o 3º ano do ensino m�dio, revela que 7,8% dos jovens eram obesos. O problema atinge 1 milh�o de adolescentes. Entre os alunos do sexo masculino, 8,3% eram obesos e do sexo feminino, 7,3%. Tinham excesso de peso 23,7% dos entrevistados (incluindo os obesos) - ou 3,1 milh�es de jovens.
O maior �ndice de obesidade foi registrado na Regi�o Sul, onde 10,2% dos jovens est�o nessa categoria. No Sul, 28,2% dos jovens apresentaram excesso de peso.
Estavam abaixo do peso, o que indica desnutri��o, 3,1% dos jovens, ou 409 mil estudantes. As maiores propor��es de alunos com baixo peso foram registradas no Norte e Nordeste, com 3,7%.
A pesquisa foi feita com 16.608 alunos de 13 a 17 anos em todo Pa�s, de um total de 13,2 milh�es de estudantes nessa faixa et�ria. Al�m de responderem a uma s�rie de perguntas, os alunos foram medidos e pesados pelos t�cnicos do IBGE. Os question�rios foram aplicados entre abril e setembro de 2015, mesmo per�odo do levantamento feito apenas com alunos do 9º ano, para a Pesquisa Nacional de Sa�de do Escolar (Pense). A pesquisa com alunos de 13 a 17 anos n�o permite compara��o com anos anteriores.
Felicidade com o corpo
O levantamento feito com alunos do 9º ano do ensino fundamental revela que a maior parte dos jovens diz estar contente com o pr�prio corpo, mas aponta que as meninas t�m mais preocupa��o e insatisfa��o com a apar�ncia. Uma em cada cinco alunas (21,8%) disseram se achar gordas ou muito gordas. Os maiores porcentuais est�o na Regi�o Sul. No Rio Grande do Sul, 29% das meninas disseram se acharem gordas ou muito gordas. No Paran�, foram 26,7%. Em Santa Catarina, 26,3% e em S�o Paulo, 25,3%.
"A inadequa��o entre o ideal de um corpo magro, amplamente aceito na sociedade, e a forma pela qual o pr�ximo corpo � percebido pelos adolescentes leva-os � realiza��o de atitudes extremas e prejudiciais � sa�de para perder o manter o peso", diz o estudo. A indu��o de v�mito ou o uso de laxantes foi recurso usado por 7% dos jovens (184,1 mil alunos), nos 30 dias anteriores � pesquisa, na tentativa de emagrecer.
A incid�ncia de excesso e falta de peso � medida pelo �ndice de Massa Corporal (IMC), obtido pela divis�o do peso em quilos pela altura, em metro, ao quadrado. O resultado inferior a 18,5 aponta peso insuficiente. Entre 18,5 e 24,9 indica peso saud�vel. Entre 25 e 29,9 aponta excesso de peso. � considerada obesa a pessoa com IMC de 30 ou mais. No caso de crian�as e adolescentes, o �ndice que indica normalidade ou n�o do peso � o escore-z do IMC e leva em conta a posi��o do IMC entre crian�as da mesma idade e do mesmo sexo.
Alimenta��o
Os jovens que est�o no 9º ano do ensino fundamental comem mais guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes, bombons e pirulitos) que legumes e ingerem quase tanto alimentos ultraprocessados (hamb�rguer, presunto, lingui�a, salgadinho de pacote, biscoitos salgados, entre outros) quanto frutas. A boa not�cia � que o feij�o � o alimento mais consumido: 60,7% dos entrevistados comem feij�o pelo menos cinco dias na semana. Legumes s�o consumidos por 37,7%, na mesma frequ�ncia, e frutas, por 32,7%. J� as guloseimas atraem 41,6% de jovens. Os ultraprocessados s�o ingeridos com frequ�ncia por 31,3%.
Outro mau h�bito alimentar � frequente entre os entrevistados: quase seis em cada dez (57,9%) comem enquanto assistem � televis�o ou estudam.
Escolas
Um dos principais caminhos para a vida saud�vel, a pr�tica de esportes � disseminada nas escolas da maior parte dos alunos do �ltimo ano do ensino fundamental, embora as condi��es n�o sejam ideais. Sete em cada dez alunos (72,8%) frequentam escolas com quadras esportivas e 92% t�m acesso a materiais esportivos em condi��es de uso.
A diferen�a entre a rede p�blica e privada, nestes casos, � evidente. Estudam em escolas com quadra esportiva 69,2% dos alunos da rede p�blica e 94,1% da rede privada. A diferen�a � ainda mais profunda na compara��o entre os que estudam em escolas com vesti�rios: apenas 22,2% da rede p�blica e 67,5% da rede privada.
No quesito higiene, a desigualdade tamb�m � grave: apenas 55% dos alunos do 9º ano, na rede p�blica, estudam em escolas que t�m lavat�rios com pia, �gua e sab�o. Entre os estudantes das escolas particulares, a propor��o sobe para 96,8%. "A aus�ncia de condi��es para limpeza correta das m�os pode ser respons�vel pela dissemina��o de diversas doen�as que comprometem a frequ�ncia � escola e o aprendizado das crian�as, como verminoses, diarreia e doen�as respirat�rias", alerta o estudo do IBGE.