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Estado de Minas

Homem conta saga de produ��o independente de filhos


postado em 17/09/2016 10:37

S�o Paulo, 17 - A ideia foi repentina. H� tr�s anos e meio, o anestesista Marco Ribeiro, de 52 anos, decidiu que seria pai. O fato de estar solteiro n�o o impediu de iniciar uma saga que incluiu tentativas fora do Pa�s, a perda de um beb�, a contrata��o de uma barriga de aluguel e a necessidade de parar a carreira para cuidar de g�meos que nasceram prematuros.

"At� os 40 anos, queria ter liberdade. Gostava de festas, de viajar e de divers�o. Ap�s os 40, despertou em mim uma vontade de ter uma fam�lia minha, ter filhos, ter um foco al�m de mim mesmo. Pela internet, fui ver onde o homem solteiro poderia ter um filho e, na �poca, n�o queria pagar muito."

O primeiro local consultado foi a �ndia. "Fui surpreendido porque tinha acabado de mudar a legisla��o e n�o podia homem solteiro e gay. Depois, tentei a Ucr�nia. Vi o contrato e tinha de dar um sinal de � 7 mil. Iam encontrar a doadora e eu faria a fertiliza��o, mas tamb�m teve uma mudan�a de legisla��o e proibiram que homossexuais fizessem o procedimento."

Ribeiro conta que n�o pensou em adotar uma crian�a e, com a regra do Conselho Federal de Medicina (CFM), que deixou claro em 2013 que pessoas solteiras poderiam fazer a fertiliza��o em um �tero de substitui��o, contanto que n�o houvesse pagamento (a barriga de aluguel n�o � permitida) e que a mulher fizesse parte da fam�lia, decidiu que faria uma tentativa.

"Consegui uma sobrinha que se submeteria a isso. Como estava muito ansioso e tudo estava complicado, ao mesmo tempo fui atr�s de uma ag�ncia que faz esse tipo de processo (barriga de aluguel) nos Estados Unidos." Ribeiro assinou um contrato, come�ou a pagar pelo procedimento, fez exames e teve o s�men congelado. Alguns meses depois, tamb�m escolheu a doadora dos �vulos. A sobrinha dele chegou a engravidar e tudo corria bem at� o terceiro m�s, quando ela sofreu um aborto espont�neo. Mas, nos Estados Unidos, sete embri�es se formaram por meio da insemina��o artificial. Eram quatro masculinos e tr�s femininos. "Voltei para conhecer a barriga de aluguel e o marido dela. Pedi um masculino e um feminino e ela ficou gr�vida de g�meos. A gravidez correu bem at� o sexto m�s, quando ela entrou em trabalho de parto."

O anestesista precisou viajar para acompanhar a recupera��o das crian�as, que ficaram por dois meses na UTI. Ele conseguiu uma licen�a equivalente � licen�a-maternidade, mas precisou ficar dois anos na Fl�rida para acompanhar os tratamentos ao quais as crian�as foram submetidas.

Afastado do trabalho, fora do Pa�s e com um casal de rec�m-nascidos, Ribeiro teve de superar a depress�o. Em agosto deste ano, voltou para S�o Paulo. Agora, conseguiu retomar a vida. "� um caminho bem mais complicado do que eu imaginei. Hoje, valorizo muito mais a figura materna do que antes. Tem estresse e priva��o de liberdade, mas eu faria de novo. Tenho uma fam�lia e isso � para sempre", afirma.

O anestesista continua solteiro, mas diz que sua prioridade s�o os filhos. "Para trazer algu�m para o meu mundo, preciso ter confian�a. O filho vem antes do relacionamento."

Ginecologista respons�vel pela reprodu��o humana da cl�nica Criog�nesis, Renato de Oliveira diz que s�o raros os casos de homens que querem fazer uma produ��o independente, mas que isso pode se tornar uma tend�ncia. "A minha percep��o � de que isso tende a aumentar, pois cada vez mais as pessoas vivem sozinhas. � incomum um homem ter um filho sozinho. Quem quer fazer isso tem a vontade de se perpetuar por meio do filho, de transmitir os genes para a pr�xima gera��o."

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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