S�o Paulo, 25 - As investiga��es da pol�cia e do Minist�rio P�blico Estadual (MPE) sobre o esquema criminoso de grilagem de terras p�blicas nas �reas de mananciais de S�o Paulo chegaram ao l�der comunit�rio da Associa��o Minha Casa Meu Doce Lar, Wanderley Lemes Teixeira, o Manolo. Apontado como um dos principais grileiros da �rea, ele � candidato a vereador em S�o Paulo pelo PCdoB e investigado por supostas rela��es com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A associa��o re�ne cerca de 300 fam�lias que invadiram um terreno �s margens da Represa do Guarapiranga, no Jardim S�o Rafael, zona sul. Segundo o apurado pelo Minist�rio P�blico em a��o civil p�blica, Manolo pressiona as fam�lias a pagar at� R$ 15 mil pelo lote invadido e expulsa quem n�o tem condi��es de arrumar o dinheiro.
Para o MPE, Manolo age como "xerife do lugar". Seu nome apareceu tamb�m na investiga��o do Departamento de Narc�ticos (Denarc) que apura o tr�fico de drogas na Cracol�ndia, no centro. Em agosto, 32 pessoas foram presas em uma opera��o da pol�cia. Entre elas, tr�s l�deres do Movimento Sem Teto de S�o Paulo (MSTS) que usariam o pr�dio do Cine Marrocos como ponto de encontro para reuni�es da c�pula do Primeiro Comando da Capital (PCC) e tamb�m como dep�sito de armas e drogas.
No local, foram encontrados fuzis, escopetas, pistolas, fac�es, muni��es e mais de 30 quilos de crack, coca�na e maconha. O caso est� na 26.� Vara Criminal, que deve receber a den�ncia do Minist�rio P�blico contra os presos nesta semana. O suposto envolvimento de Manolo com o crime organizado � apurado em um desdobramento dessa investiga��o.
Escutas
Durante a apura��o, escutas telef�nicas flagraram Robinson dos Santos, Wladimir Ribeiro Brito e Lindalva Silva - l�deres do MSTS e, segundo a pol�cia, ligados � c�pula do PCC da regi�o central - conversando sobre como conseguir votos para Manolo entre os invasores do Cine Marrocos e entre criminosos dos bairros de Heli�polis, na zona sul, e Vila Prudente, na zona leste. Os tr�s foram presos pelo Denarc.
Em conversa gravada em maio, Santos aparece conversando com um traficante conhecido como Facioli, que tamb�m foi preso e �, segundo as investiga��es, o "sintonia final" do PCC no centro de S�o Paulo. Os dois combinam um churrasco com Manolo para apresent�-lo a outros bandidos, chamados de "irm�os", que se comprometeriam a trabalhar na campanha eleitoral do candidato do PCdoB.
Em outra conversa, os dois falam sobre um sal�rio de R$ 5 mil que receberiam de Manolo por trabalhar na campanha. Eles se mostram satisfeitos com o fato de o l�der comunit�rio ter se comprometido a pagar R$ 100 para cada fam�lia do Cine Marrocos que votasse nele. O valor seria abatido da mensalidade de R$ 200 que cada fam�lia pagava ao MSTS.
O Estado n�o localizou Manolo. Na sexta-feira, a reportagem esteve na Associa��o Minha Casa Meu Doce Lar, mas ele n�o estava. Tamb�m n�o conseguiu localiz�-lo por meio de seu partido ou de seu advogado.
O secret�rio-geral do PCdoB, Fernando Henrique Borgonovi, informou que o partido j� havia instaurado um procedimento interno para apurar den�ncias de liga��o de Manolo com supostas atividades irregulares. O processo est� em andamento. "Temos todo o interesse em esclarecer esses fatos e, se houver novidades, podem ser tomadas medidas estatut�rias e legais contra ele." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.