Maior superlua em quase 70 ser� vista no dia 14 de novembro

Os brasileiros ainda compravam em cruzeiros, o presidente era Eurico Gaspar Dutra e os televisores n�o existiam no Pa�s na �ltima vez em que a lua esteve t�o perto da Terra. Na pr�xima segunda-feira, 14, o sat�lite vai estar � menor dist�ncia do planeta desde 1948, cerca de 355 mil quil�metros, o que faz do fen�meno uma super-superlua. O intervalo m�dio entre o sat�lite e a Terra � de aproximadamente 384 mil quil�metros. A diferen�a entre as duas posi��es lunares daria para percorrer o Brasil quase sete vezes, de norte a sul.

A superlua ocorre quando a lua cheia ou nova atinge o perigeu, o ponto mais pr�ximo da Terra em sua �rbita mensal. A trajet�ria da Lua � el�ptica e, como ela n�o faz um c�rculo perfeito ao redor da Terra, existem datas em que o sat�lite est� mais pr�ximo ou distante do planeta. A superlua � um fen�meno comum, que ocorre em m�dia seis vezes por ano. Em 2016, s�o tr�s consecutivas, nos dias 16 de outubro, 14 de novembro e 14 de dezembro.

Em outubro e dezembro, a lua fica cheia no mesmo dia em que atinge o perigeu. Neste m�s, ela entra na fase cheia duas horas antes, o que faz com que esta seja uma superlua ainda maior. A ag�ncia espacial norte-americana Nasa afirmou que ela deve chegar a um tamanho 14% superior e ficar 30% mais brilhante do que uma lua cheia no �pice da sua �rbita.

Um fen�meno como esse s� deve ocorrer novamente no dia 25 de novembro de 2034. Do Observat�rio do Instituto de Astronomia da Universidade de S�o Paulo (IAG-USP), em Valinhos (SP), Messias Fid�ncio Neto afirma que visualmente a diferen�a entre a superlua de novembro e outras superluas n�o � percebida a olho nu. "� poss�vel ver a mudan�a se voc� observar pelo telesc�pio, medir o di�metro e olhar nos m�nimos detalhes", diz o t�cnico do Observat�rio Abrah�o de Moraes.

"Nos pr�ximos anos haver� outras superluas, que v�o estar um pouco mais longe, mas para n�s a diferen�a � m�nima", afirma Messias. Ele recomenda, para os curiosos pelo fen�meno, que observem a lua nascendo, perto do horizonte leste do c�u. "O que ocorre � uma ilus�o de que o sat�lite parece ainda maior, mas essa t�cnica de observa��o tamb�m pode ser utilizada para qualquer outra lua cheia", comenta.

No Brasil, o �pice da superlua vai ocorrer durante o dia, �s 11 horas e 52 minutos do dia 14 de novembro, o que dificulta a visibilidade. Apesar disso, o t�cnico diz que, na noite anterior e na pr�pria noite do dia 14, a lua j� vai estar maior do que o normal e ser� poss�vel observar o fen�meno nesses per�odos.

O t�cnico do Observat�rio apontou que a melhor maneira de ver a superlua � em lugar aberto, distante da ilumina��o urbana. "Fora da cidade ou em uma montanha, onde a interfer�ncia atmosf�rica � menor, j� que muitas vezes a polui��o, as luzes e os pr�dios escondem o horizonte e s� fica poss�vel observar a lua quando ela estiver bem no alto do c�u", afirma.

"O termo superlua entrou para o senso comum nos �ltimos anos. Originalmente, era uma palavra da astrologia moderna para nomear uma lua nova ou cheia que estava 90% mais pr�xima da Terra dado a sua �rbita", explica a Nasa. Para a ag�ncia, hoje o termo foi popularizado e se refere de uma forma abrangente a uma lua cheia que est� mais pr�xima da Terra do que o normal.

No dia 14, a Terra deve receber um pouco mais de luz que a Lua reflete do Sol, mas o fen�meno n�o tem nenhuma influ�ncia gravitacional sobre o planeta. O t�cnico do Observat�rio tamb�m comenta que a lua cheia n�o � a melhor fase para se observar o sat�lite pelo telesc�pio, j� que o sol a ilumina de frente e fica mais dif�cil de ver os detalhes. "O que a superlua tem de mais importante � despertar a curiosidade astron�mica nas pessoas", afirma Messias.