
O t�cnico de laborat�rio Sidnei Ramis de Ara�jo, de 46 anos, matou o filho, a ex- mulher e mais 10 pessoas que comemoravam o rev�illon na casa de uma das v�timas, em Campinas, no interior do Estado. Depois de atirar nos convidados, Ara�jo se matou. O crime, segundo a pol�cia, aconteceu porque ele n�o aceitou perder a guarda do filho.
O crime aconteceu na Rua Pomp�lio Morandi, no Jardim Aur�lia, durante a celebra��o do ano-novo. Morreram a ex-mulher de Ara�jo, Isamara Filier, de 41 anos e o filho, Jo�o Victor, de 8. Tamb�m foram mortos Liliane Ferreira Donato, de 44, Rafael Filier, de 33, Antonia Dalma Ferreira de Freitas, de 62, Abadia das Gra�as Ferreira, de 56, Paulo de Almeida, de 61, Ana Luzia Ferreira, de 52, Larissa Ferreira de Almeida, de 24, Carolina de Oliveira Batista, de 26 e Alessandra Ferreira de Freitas, de 40. Luzia Maia Ferreira, de 85, que chegou a ser socorrida, morreu no Hospital das Cl�nicas. Tr�s pessoas ficaram feridas. O presidente Michel Temer lamentou o epis�dio na sua conta do Twitter.
Segundo a Pol�cia Civil, o crime foi premeditado. Em uma grava��o, ele revelou que pretendia executar as v�timas no Natal, mas n�o conseguiu. Ara�jo soube que a ex-mulher ia comemorar a virada de ano na casa de uma das tias, Liliane, e foi at� o im�vel. Pouco antes da meia-noite, ele estacionou o carro, pulou o muro e entrou na casa. Em seguida, come�ou a atirar.
Os investigadores apuraram que dois adolescentes, de 15 e de 17 anos, que estavam na festa de r�veillon, trancaram-se nos banheiros da casa ao perceber o ataque. Eles disseram que ouviram quando Ara�jo afirmou que mataria Isamara. "Vou te matar, voc� tirou meu filho." A frase foi seguida pelo barulho de disparos. Depois, ouviram Jo�o Victor, o filho de 8 anos, questionar o pai. "Por que voc� matou a mam�e?" Ara�jo n�o respondeu. O sil�ncio foi interrompido por novos tiros. O menino foi o �ltimo a morrer.
Disputa
Segundo testemunhas, Ara�jo e Isamara travavam uma batalha judicial pela disputa da guarda do menino. Depois de ela denunciar o ex-marido por abuso sexual contra o filho, a Justi�a proibiu as visitas do pai. A den�ncia estava sob investiga��o da pol�cia.
Apenas quatro pessoas que estavam na festa n�o foram atingidas pelos disparos. Segundo os investigadores, o atirador chegou a apontar a arma para uma delas, que tinha um beb� no colo. "Voc� nunca me fez nada", disse, de acordo com o boletim de ocorr�ncia registrado no 4.º Distrito Policial de Campinas.
"Confundimos o barulho de tiros com fogos, j� que faltavam quatro a cinco minutos para a meia-noite. Quando sa�mos para ver a queima de fogos nos deparamos com uma pessoa ferida na perna, que pens�vamos ser assaltante. Depois, percebemos que era um dos sobreviventes da chacina", disse um vizinho que n�o se identificou.
A Pol�cia Militar informou que Ara�jo usou uma pistola calibre 9 mil�metros e dois carregadores para praticar o crime. Junto dele, os policiais encontraram mais 10 bombas caseiras que foram apreendidas pelo Grupo de A��es T�ticas Especiais (Gate) - que � especializado em explosivos. Um arquivo com �udios do atirador justificando o crime foi apreendido.
Queima-roupa
Os corpos foram retirados da casa durante a madrugada de ontem. A reportagem apurou que a maioria dos disparos foi dada a uma dist�ncia m�dia, de cerca de um metro. A maioria das v�timas recebeu de dois a tr�s tiros. Por�m, o �nico que apresenta sinais claros de execu��o � o filho do atirador. Segundo a per�cia, Ara�jo encostou o cano da arma na cabe�a do menino e atirou. Minutos depois, se matou.
Vizinhos de Ara�jo disseram que ele era um homem tranquilo, morava sozinho, mas tinha muitos amigos e frequentava um bar pr�ximo da casa dele, no Jardim Miranda, a 1 km do local do crime. "Nunca iria imaginar uma coisa dessas", disse um deles, que pediu para n�o ser identificado. (Colaborou Ivan Lopes, especial para o Estado)