Um relat�rio do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) aponta que a Penitenci�ria Agr�cola de Boa Vista (Pamc), onde 33 presos foram mortos na madrugada desta sexta-feira, 6, possui condi��es "p�ssimas". Segundo o CNJ, o local tem capacidade para 750 detentos, mas possui 1.398. O sistema prisional Roraima atendem atualmente quase o dobro da capacidade.
As mortes ocorreram cinco dias ap�s massacre no complexo penitenci�rio An�sio Jobim do Amazonas, em Manaus, que deixou 56 mortos. No Pamc, localizado na zona rural de Boa Vista, a maioria das v�timas foi decapitada, teve o cora��o arrancado ou foi desmembrada. Os corpos foram jogados em um corredor que d� acesso as alas.
O estabelecimento � local de cumprimento de pena em regime fechado. O local n�o possui aparelho para bloqueio de celular ou oficinas de trabalho.
Segundo o relat�rio, na inspe��o n�o foram encontradas armas de fogo ou instrumentos capazes de ofender a integridade f�sica. Por�m, foram apreendidos 113 aparelhos de comunica��o ou acess�rios.
O CNJ informou no documento que n�o houve registro de mortes acidentais por homic�dio, fugas ou rebeli�es. Os dados s�o do Relat�rio Mensal do Cadastro Nacional de Inspe��es nos Estabelecimentos Penais (CNIEP).
Terceiro pior
Este � o terceiro maior massacre em pres�dios, em n�mero de mortes, na hist�ria do Brasil, atr�s apenas do ocorrido no Carandiru, em S�o Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos e de Manaus onde foram mortos 60 presos esta semana.
Os detentos quebraram os cadeados e invadiram a Ala 5, cozinha e cadei�o onde ficavam os presos de menor periculosidade. De acordo com informa��es de agentes penitenci�rios, n�o houve fugas.
Policiais militares do Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope) e agentes penitenci�rios do Grupo de Interven��o T�tica (GIT) entraram na unidade, que hoje abriga 1.200 presos, o dobro da capacidade. Na manh� desta sexta-feira, 5, equipes do Instituto M�dico Legal (IML) foram � penitenci�ria para fazer a remo��o dos corpos.
Para o secret�rio de Justi�a e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro J�nior, os crimes podem ter sido cometidos por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Briga
Em outubro, na mesma penitenci�ria, uma rebeli�o provocada por briga entre o Comando Vermelho (CV) e o PCC deixou pelo menos 10 presos mortos. Tr�s das v�timas teriam sido decapitadas, e sete teriam tido os corpos queimados em uma grande fogueira no p�tio da unidade.
Todos os mortos seriam integrantes da fac��o Comando Vermelho, que domina cerca de 10% do pres�dio. Os outros 90% s�o controlados pelo grupo rival Primeiro Comando da Capital.
At� junho passado, PCC e CV eram aliados na disputa pelo controle do tr�fico na fronteira com o Paraguai.