S�o Paulo, 17 - Em entrevista � R�dio Estad�o na segunda-feira, 16, o secret�rio de Justi�a e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, falou da crise no sistema prisional do Estado. Ele distribuiu cr�ticas e tamb�m pediu apoio para a��es policiais. "Ou fica do lado do bandido ou do lado do Estado."
O motivo da rebeli�o foi uma guerra entre fac��es?
H� uma fac��o em n�vel nacional que quer dominar o Brasil, mas o Estado desconsidera sua exist�ncia. N�o � o Estado do Rio Grande do Norte, � o Estado brasileiro. Ele
(o PCC)
vem crescendo, e as fac��es locais tentam impedir, at� por sobreviv�ncia.
O Estado est� preparado para lidar com a crise de seguran�a, caso extrapole os pres�dios?
Tem de estar preparado. Esse confronto � inevit�vel. O crime organizado vem se estruturando e o Estado n�o se organiza para frear. Hoje a pol�cia � amorda�ada e o criminoso tem mais direito do que obriga��o. O criminoso tem de come�ar a ser tratado como criminoso. N�s estamos chegando ao que a Col�mbia foi nos anos 1990, com uma diferen�a grave: l� na Col�mbia havia o
(narcotraficante)
Pablo Escobar, aqui no Brasil n�s temos mais de 50.
O Estado vai pedir mais refor�o da For�a Nacional?
A For�a Nacional foi feita para controlar as ruas. Deveria se criar uma For�a Integrada Penitenci�ria.
O senhor disse que a a��o em Alca�uz foi 'um sucesso'...
Quinhentos presos invadiram um pavilh�o com 200, e morreram 25 pessoas
(oficialmente, 26)
. N�o morreu mais em decorr�ncia da a��o do Estado, ent�o eu acho que agiu bem. O sistema penitenci�rio � sin�nimo de tens�o, � uma guerra que se decide por detalhe. O Estado vem ganhando, mas uma hora o presidi�rio vai conseguir burlar a fiscaliza��o e fazer o que fizeram. � inevit�vel. � culpa da superlota��o e da falta de estrutura dos pres�dios. H� 20 anos, o sistema vem se degradando e ningu�m faz nada. O Judici�rio tem culpa. O Minist�rio P�blico, o Legislativo, o Executivo t�m culpa. H� uma cadeia de incompet�ncia que, se houver responsabilidade, todos t�m de ser responsabilizados.
Por que a tropa de choque esperou para entrar em Alca�uz?
A famigerada a��o do Carandiru recha�ou o trabalho da pol�cia. A pol�cia, hoje, tem receio de entrar � noite
(no pres�dio)
, tem receio de dar um tiro em um preso desse e depois ser culpada. O preso atira na pol�cia de
(calibre)
12, de pistola, de rev�lver, dentro do pres�dio. E o policial n�o pode nem sequer dar um tiro no preso. N�o pode nem salvar a vida. Tem de atirar de bala de borracha. A gente tem de rever esses conceitos.
O que foi feito para evitar conflitos semelhantes no RN?
N�s separamos os presos por fac��o, inicialmente. Temos mapeado l�deres de fac��o e transferido para pres�dio federal. N�o � f�cil. Recebo preso que comete crime federal e n�o vai para l�. Para mandar, � a maior burocracia do mundo. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.