Rio de Janeiro, 19 - A greve dos funcion�rios do sistema penal continua no Complexo Penitenci�rio de Gericin�, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 19. O Tribunal de Justi�a do Rio determinou na noite da quarta-feira, 18, que a paralisa��o acabasse. De acordo com a decis�o, os agentes tem at� 24 horas para cumprir a medida, sob pena de multa di�ria de R$ 100 mil. O pedido na Justi�a foi feito pelo governo fluminense.
Apesar da greve, que cancelou as visitas de familiares dos presos, algumas pessoas insistiram nesta quinta em ir at� o complexo para tentar entrar para ver seus parentes. Foi o caso de Maria Nascimento, de 82 anos. Ela veio de Campo Grande para visitar o neto de 30 anos, preso por tr�fico de drogas h� cinco anos.
"Cada dia de visita � uma despedida nossa. Estou com c�ncer na bexiga e n�o posso perder nenhum dia com ele. Ele chora muito quando eu venho, fui eu quem o criou", disse a senhora, emocionada. "Eu sabia do cancelamento da visita, mas vai que eles deixam. Cada vinda minha aqui � um sacrif�cio."
Na decis�o do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro destacou a crise no sistema carcer�rio do Pa�s e alegou que a proibi��o da visita��o dos presos pelos parentes "fere a dignidade e o exerc�cio de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administra��o Penitenci�ria)".
O sindicato da categoria j� avisou que vai recorrer da decis�o.
Nesta quinta-feira, a Seap divulgou que um preso morreu na Cadeia P�blica Pedro Melo da Silva, que fica no Complexo, no �ltimo dia 16. Diego Maradona Silva Souza foi encontrado j� morto na cela. No comunicado, n�o � informado as causas da morte.
Souza estava preso junto com outros cinco detentos em uma cela separada dos demais internos da unidade, chamada "seguro" - dedicada a presos com risco de morte, como os acusados por estupro, por exemplo. Era o caso de Souza, preso em flagrante sob acusa��o de estupro de vulner�vel.