O avi�o pertencente a uma empresa de servi�os a�reos, que caiu no �ltimo s�bado (14), no interior do Paran�, com cerca de 380 quilos de pasta base de coca�na, estava com a autoriza��o para voos suspensa desde o �ltimo dia 10. Segundo a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), a validade do Certificado de Inspe��o Anual de Manuten��o da aeronave prefixo PT-UCQ venceu no dia 10 de dezembro de 2016. A partir dessa data, a empresa tinha 30 dias para operar enquanto estivesse regularizando a situa��o. O prazo venceu no dia 9, mas a Anac informou que n�o encontrou registros de nenhum pedido de regulariza��o do certificado.
Segundo a secret�ria da Onesko, Let�cia Evelyn da Silva, o pr�prio dono da empresa, o piloto Jaroslau Onesko Filho, deixou o escrit�rio da empresa em S�o Jorge do Iva� (PR) na quinta-feira (12), dois dias antes de o avi�o cair, avisando que faria um servi�o de pulveriza��o em uma fazenda da regi�o. Retornou na sexta-feira (13), quando disse que precisava ir a Maring� (PR) comprar pe�as para a aeronave. A partir da�, segundo Let�cia, o piloto n�o voltou a falar com os funcion�rios do escrit�rio at� pelo menos a �ltima quarta-feira (18). Os funcion�rios afirmam ter ficado sabendo da queda do avi�o atrav�s da imprensa, durante o final de semana, quando o escrit�rio estava fechado. E alegam n�o ter recebido nenhuma orienta��o sobre como proceder na volta ao trabalho, na segunda-feira (16).
At� essa quinta-feira (19), o delegado da Pol�cia Civil respons�vel pelo inqu�rito, Alysson Gabriel Tinoco, n�o tinha recebido informa��es precisas sobre o paradeiro do dono da Onesko. A queixa-crime, segundo o delegado, foi registrada em uma delegacia de Paranava� (PR), na �ltima segunda-feira (16) – dois dias ap�s a queda do avi�o ser noticiada pela imprensa.
Segundo o delegado, o aparelho ficar� sob a cust�dia da Pol�cia Civil at� o fim das investiga��es. Peritos coletaram provas biol�gicas que podem ajudar a identificar quem estava pilotando o avi�o no momento da queda. J� a Anac informou que, se ficar comprovado que a aeronave foi usada ap�s o prazo limite, a Onesko poder� responder a processo administrativo que pode culminar com a interdi��o da aeronave e a suspens�o da habilita��o do piloto. A ag�ncia tamb�m deve enviar o caso para conhecimento do Minist�rio P�blico Federal (MPF), para que eventuais penalidades no �mbito criminal sejam aplicadas.
A Ag�ncia Brasil tentou contato com Jaroslau, mas o telefone informado s� dava na caixa postal. O advogado indicado pelos funcion�rios da empresa disse que estava apenas atendendo a um pedido do dono da empresa, checando se o boletim de ocorr�ncia tinha sido devidamente registrado, e n�o autorizou que seu nome fosse citado na reportagem.
No s�bado, quando chegaram ao local onde o avi�o caiu, policiais militares n�o encontraram o piloto. Testemunhas relataram que o homem tinha deixado o local em um t�xi que chegou algum tempo ap�s o acidente. A pol�cia identificou e ouviu o taxista, que contou ter atendido a uma chamada telef�nica. Ainda segundo o taxista, o homem estava ferido e pediu para ser levado at� uma cidade pr�xima, mas, no meio do caminho, pediu para que o motorista o deixasse ali mesmo e se embrenhou em um matagal.
Escondidos na cabine do avi�o e no interior do chamado tanque seco (hopper - originalmente usado para acondicionar agrodefensivos), os policiais encontraram cerca de 380 quilos de pasta base de coca�na. Segundo o delegado Tinoco, a droga poderia render entre R$ 8 milh�es e R$ 9 milh�es a traficantes. Temendo a a��o de bandidos, as for�as policiais pediram autoriza��o judicial para incinerar toda a droga, o que foi feito no �ltimo domingo.
