Ap�s relatos de roubo e sequestro em carros do Uber, passageiros est�o deixando de usar o aplicativo ou adotando estrat�gias de seguran�a por receio de serem v�timas de viol�ncia. Alguns dizem dar prefer�ncia para outros aplicativos que utilizam taxistas nas viagens.
A analista Wendy Salgado, de 35 anos, conta que deixou de usar o Uber h� algumas semanas, ap�s ouvir relatos de roubo tanto de colegas como dos pr�prios motoristas do aplicativo. “Alguns me diziam que n�o era seguro, mas quando os pr�prios motoristas come�aram a relatar situa��es de inseguran�a que viveram, decidi que n�o tinha mais confian�a em usar.”
Ela diz que j� n�o tem mais o Uber instalado no celular e s� usa aplicativos que t�m t�xis como op��o. “Fa�o 3 ou 4 viagens por semana e achei que as chances de algo errado acontecer eram muito grandes. Como s�o taxistas, eu sei que h� uma sele��o, que eles possuem alvar� pela Prefeitura e ent�o me senti mais segura”, afirma Wendy.
O economista S�rgio Rubinato Filho, de 44 anos, conta que anda diariamente de Uber para ir ao trabalho, mas tem tido receio de usar o aplicativo. No fim de janeiro, ele solicitou uma viagem na categoria UberX - n�o compartilhada -, mas a motorista estava com uma pessoa no banco do passageiro dianteiro.
“Ela me disse que era o filho dela e perguntou se havia algum problema. Eu disse que n�o, mas vi que ela estava muito tensa e que o homem n�o olhou para tr�s. Como ele estava com as m�os escondidas no meio das pernas, fiquei com medo e decidi sair do carro, disse que tinha esquecido algo em casa.”
Rubinato Filho conta que relatou o caso ao Uber por ter medo de que algo acontecesse com a motorista. “Eu n�o sei dizer se ela estava sendo coagida por aquele homem ou se ela planejava tamb�m algo. Fiquei com medo pela integridade dela”.
Depois disso, Rubinato Filho diz ter mais cuidado ao entrar nos carros do Uber - evita viagens compartilhadas e sempre confere se n�o h� ningu�m a mais no ve�culo. E observa a placa. Ele tamb�m tem dois filhos de 14 e 15 anos, que costumam usar o aplicativo. “Com eles, pe�o para que me avisem quando entram e saem do carro e chamem imediatamente se houver atitude suspeita”, conta.
Sequestro
Na quarta, uma mulher de 31 anos denunciou ter sido v�tima de um sequestro rel�mpago ao entrar em um carro do Uber, na Vila Ol�mpia, zona sul paulistana. Ela ficou por cerca de quatro horas com os ladr�es, foi agredida, amea�ada de morte e teve de sacar R$ 3,4 mil em ag�ncias banc�rias e gastar R$ 2,6 mil em uma loja de t�nis para os assaltantes.
Ao relatar o caso � pol�cia, a v�tima tinha d�vidas sobre o envolvimento do motorista no crime. A Secretaria da Seguran�a P�blica informou ontem que registrou boletim de ocorr�ncia por extors�o. O motorista tamb�m foi suspenso pela empresa.
Em nota, o Uber informou que, para o cadastro dos motoristas, � preciso apresentar carteira de habilita��o com registro de EAR (exerce atividade remunerada) e, ent�o, passar por “checagem de seguran�a”. O Uber n�o informou quais s�o os procedimentos de seguran�a. Segundo a empresa, os motoristas parceiros s�o “aut�nomos e livres para exercer suas atividades como melhor lhes convier”.
Disse tamb�m que a avalia��o dos usu�rios ao fim das viagens serve para “balizar a qualidade do servi�o”. Desde janeiro, o Uber passou a cobrar taxa extra de R$ 0,75 em cada viagem em todo o pa�s, para apoiar a��es de seguran�a a motoristas e usu�rios.