Natal, 14 - Um m�s ap�s a maior rebeli�o j� registrada no sistema penitenci�rio do Rio Grande do Norte, pelo menos mil detentos continuam soltos nos pavilh�es destru�dos da Penitenci�ria Estadual de Alca�uz, na regi�o metropolitana de Natal.
Outros 400 presos dividem 20 celas na Penitenci�ria Estadual Rog�rio Coutinho Madruga, vizinha � Alca�uz, de onde os internos fugiram para atacar os pavilh�es ao lado. Dados oficiais apontam que 26 homens morreram e 56 fugiram, mas os n�meros podem ser maiores.
Dos 26 presos mortos durante os 13 dias de confronto entre fac��es rivais que disputam o poder em Alca�uz e Rog�rio Coutinho Madruga - Sindicato do Crime e Primeiro Comando da Capital -, quatro ainda n�o foram identificados.
Tr�s deles foram totalmente carbonizados e a identifica��o dos restos mortais depende de exames de DNA que n�o s�o realizados pelo Instituto T�cnico de Per�cia (Itep/RN). A expectativa � de que amostras do que restou preservado das v�timas sejam encaminhadas para laborat�rios no Cear� ou Distrito Federal.
Na semana passada, mais um cr�nio foi encontrado na �rea interna de Alca�uz. At� hoje, 12 cabe�as - em estado avan�ado de decomposi��o ou totalmente calcificadas - foram recolhidas do complexo prisional e tamb�m dependem de exames minuciosos para identifica��o.
Al�m dessas partes, outras como bra�os e pernas tamb�m esperam por exames mais detalhados. Dos 22 mortos identificados, 11 foram liberados para sepultamento sem a cabe�a.
De acordo com a assessoria de imprensa do Itep/RN, os familiares reconheceram os corpos por tatuagens e, em seguida, foram realizados exames de confronto de impress�o digital. At� hoje, familiares n�o foram ao Itep/RN reclamar a identifica��o das partes recolhidas ap�s a rebeli�o.
A Secretaria de Estado da Justi�a e da Cidadania (Sejuc/RN) informou que 56 presos fugiram durante a rebeli�o. O n�mero, por�m, pode ser ainda maior, pois ao menos 20 apenados sumiram das duas penitenci�rias e o governo do Estado n�o sabe se eles morreram, fugiram ou sa�ram das cadeias por for�a de alvar� de soltura.
Futuro
Em coletivas de imprensa ap�s a rebeli�o, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, anunciou que vai desativar Alca�uz. A penitenci�ria, inaugurada no final da d�cada de 1990, foi concebida para ser de seguran�a m�xima e tinha capacidade oficial para abrigar 620 apenados.
No dia da rebeli�o, em 14 de janeiro, a Penitenci�ria Estadual de Alca�uz abrigava cerca de 1,2 mil homens. Desde mar�o de 2015, ap�s as primeiras grandes rebeli�es na unidade, os presos circulam livremente pelos pavilh�es. N�o h� prazo para que as celas sejam reconstru�das.
As a��es emergenciais para refor�ar a seguran�a no complexo prisional e dividir as duas penitenci�rias por meio da constru��o de um muro custar�o R$ 794 mil ao governo do Rio Grande do Norte.