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Estado de Minas

Oscar 2017: 'Moonlight' derrota 'La La Land' em confus�o digna de Miss Universo


27/02/2017 08:13

S�o Paulo e Los Angeles, 27 - Repetiu-se no Oscar o esc�ndalo do Miss Universo, quando o pr�mio do concurso foi entregue � concorrente errada. Warren Beatty e Faye Dunaway, que apresentavam a categoria principal, anunciaram que o melhor filme era La La Land, mas quem ganhou foi Moonlight - Sob a Luz do Luar. Formou-se o maior tumulto no palco. Indicado em 14 categorias, o musical de Damien Chazelle venceu em seis - melhor fotografia, dire��o de arte, trilha, can��o (City of Litghs), atriz (Emma Stone e dire��o). Perdeu como filme. A vit�ria dividida foi a definitiva polariza��o que marcou toda essa 89.� edi��o do pr�mio da Academia.

Desde o an�ncio dos indicados, em meados de janeiro, o Oscar 2017 seguiu uma trajet�ria peculiar. No in�cio, a polariza��o era entre La La Land e Manchester � Beira-Mar, de Kenneth Lonergan. Ap�s a posse do presidente Donald Trump e sob o efeito da campanha Oscar so White, que desde o ano passado vinha protestando contra a supremacia branca e a aus�ncia de afro-americanos, houve nova polariza��o - entre La La Land e Moonlight - Sob a Luz do Luar, de Barry Jenkins. Havia a expectativa de que o Oscar marcasse uma tomada de posi��o de Hollywood contra o presidente Donald Trump. Ela veio, mas por etapas.

Primeiro, e logo na abertura, foi o mestre de cerim�nias pedindo um aplauso para a superestimada Merryl Streep - como a chamou o presidente - e o Dolby Theatre inteiro se levantou. Meryl n�o precisou levar mais um Oscar de atriz para que o desagravo fosse feito, perante milh�es de telespectadores de 200 pa�ses conectados na cerim�nia. Depois, e foi a cereja do bolo, o Oscar de filme estrangeiro - que parecia fava contada para a alem� Maren Ade, por Toni Erdmann - foi para o iraniano Asghar Farhadi, de O Apartamento. O filme certo para o momento. Farhadi, que j� foi premiado por A Separa��o, n�o compareceu � cerim�nia, mas enviou uma declara��o, solidarizando-se com os habitantes de sete pa�ses de maioria mu�ulmana, incluindo o Ir�, vetados de entrar nos EUA por um decreto de Trump que a Suprema Corte considerou inconstitucional.

A sequ�ncia virou festa. Todo mundo ironizou o h�bito de Mr. Trump de twittar. Os pr�mios foram se diversificando. Melhor ator coadjuvante (Mahershala Ali) e roteiro adaptado para Moonlight, melhor ator (Casey Affleck) e roteiro original para Manchester � Beira-Mar. Negro e isl�mico, Ali foi muito mais explosivo em seus agradecimentos anteriores (no Globo de Ouro e no Actors Guild). Viola Davis, melhor coadjuvante por Um Limite entre N�s, tem falado muito mais contra a pobreza e a discrimina��o em entrevistas. Defendeu o sonho, mas silenciou sobre Trump. No limite, houve o esperado protesto, mas a cerim�nia foi morna. Mas come�ou bem, e inesperada.

Justin Timberlake, � frente de um corpo de baile, avan�ou pelos corredores do Dolby Theatre e ganhou o palco. Contagiou todo o p�blico. Canto e dan�a. Uma ode � gl�ria dos musicais - e a La La Land. Ladies and gentleman, o seu mestre de cerim�nias. Palmas para Jimmy Kimmel, o humorista e apresentador que j� foi beijado na boca - ao vivo - por Charlie Sheen e Johnny Depp. Kimmel � meio parad�o, mas disse coisas engra�adas. "A cerim�nia est� sendo transmitida ao vivo para mais de 200 pa�ses, que podem nos odiar � vontade." Provocou uma gargalhada de Isabelle Huppert, ao dizer que estava indicada por Elle, um filme que ele, como a maioria do p�blico norte-americano, n�o viu, mas deve ser muito bom. Cutucou Trump ao longo das 3h30 de cerim�nia.

Ezra Edelman e Carolina Waterlow, que dividiram o Oscar de melhor document�rio por OJ, Made in America, disseram que o julgamento de O. J. Simpson representou uma esp�cie de perda de inoc�ncia na forma como homens negros s�o tratados pela pol�cia e, em �ltima an�lise, pela Justi�a criminal dos EUA. "Acho que definitivamente canalizei quem eu sou, minha vis�o de mundo, meu relacionamento com O.J.", disse Edelman. O cineasta comentou ainda que temia a perda da perspectiva hist�rica. "Est�vamos perdendo o contexto que nos ajudasse a entender como chegamos a esse momento e onde hoje estamos depois desse julgamento." Perfeito para recolocar esse Oscar na suas perspectiva hist�rica e social.


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