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Estado de Minas

Com medo, carioca rev� uso de aplicativos de tr�nsito

Os casos violentos envolvendo pessoas que se guiam por aplicativos levam motoristas a rever o uso da tecnologia e a buscar alternativas para evitar �reas de risco.


postado em 05/03/2017 12:07 / atualizado em 05/03/2017 20:03

Na segunda-feira de carnaval, a turista argentina Natália Cappetti entrou por engano em morro carioca e foi baleada no Rio(foto: Reprodução Facebook)
Na segunda-feira de carnaval, a turista argentina Nat�lia Cappetti entrou por engano em morro carioca e foi baleada no Rio (foto: Reprodu��o Facebook)

No domingo de carnaval, a arquiteta Paloma Soares, de 35 anos, e uma amiga tentavam chegar ao bloco Cord�o do Boi Tolo, na zona portu�ria do Rio, quando o taxista fez um desvio inesperado. Guiado pelo Google Maps, entrou em uma favela, onde se depararam com um homem com um fuzil. Em seguida, foram abordados por outro, armado com pistola.

“Perguntou se �ramos gringas. Fiquei nervosa, com medo do que poderia acontecer. O motorista explicou que erramos o caminho e por sorte nos deixaram seguir”, contou Paloma.

No dia seguinte, a turista argentina Nat�lia Cappetti, de 42 anos, n�o teve a mesma sorte. O carro em que estava foi atingido seis vezes ao entrar no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa. Ela seguia a rota indicada pelo Waze ap�s visitar o Cristo Redentor quando foi orientada a entrar num dos acessos � favela. Um tiro a feriu pelas costas. Ela segue internada, com estado de sa�de est�vel.

O ataque aconteceu no mesmo local em que o italiano Roberto Bardella, de 52 anos, foi morto, em dezembro. Ele seguia o roteiro tra�ado pelo GPS de sua moto entre o Cristo e Copacabana. Ao chegar a um dos acessos � favela, foi baleado. Seu primo foi mantido por duas horas sob a mira de bandidos.

Os casos violentos envolvendo pessoas que se guiam por aplicativos levam motoristas a rever o uso da tecnologia e a buscar alternativas para evitar �reas de risco. As empresas tamb�m atualizam seus bancos de dados. O Waze criou, em 2016, o “alerta de �reas com risco de crime” para o Rio. S�o 25 regi�es “avaliadas por terem maior �ndice de crime e menor quantidade de solicita��o de rotas do Waze”, informou a assessoria da empresa. Esses locais est�o sendo ampliados.

“Essas �reas com risco de crime foram identificadas com base em v�rias fontes de informa��es de terceiros sobre crimes e depois tiveram refer�ncias cruzadas por nossos funcion�rios e nossa rede local de editores de mapa volunt�rios”, diz o Waze.

Em 2016, a prefeitura do Rio tamb�m refor�ou a sinaliza��o nos acessos de algumas favelas. A mudan�a nas placas foi ap�s a morte de um agente da For�a Nacional durante a Olimp�ada, que entrou por engano na Vila do Jo�o, no Complexo da Mar�. Ele se guiava pelo Waze.

Em vez de “Vila do Jo�o”, a sinaliza��o diz: “Seja bem-vindo � Comunidade Vila do Jo�o”.

Para estrangeiros, o alerta tem pouco efeito. A Companhia de Engenharia de Tr�fego disse que est� revendo toda a sinaliza��o, mas o recomend�vel � seguir “pelas principais vias”.

Tens�o.


O motorista Pablo Vit� Nogueira, de 30 anos, teve o carro cercado por traficantes ao entrar numa favela da zona oeste do Rio. Estava com a noiva e o filho dela, de 3 anos. “Sa�amos de uma festa infantil e me deram indica��es de um caminho longo para a Avenida Brasil. Acabei me confundindo e liguei o Waze. O aplicativo mandava atravessar o trilho do trem e seguir por menos de 500 metros. Andei 100 e quatro homens com pistolas e fuzis cercaram meu carro”, contou. “Um deles estava nervoso. Mas outro viu que tinha crian�a no carro e liberou o caminho.”

Motorista de aplicativos como Uber e Cabify, Nogueira criou um perfil no Facebook (Vit� Personal Driver) com dicas de seguran�a. “Desligo o aplicativo quando circulo por �reas que n�o conhe�o. Prefiro pedir informa��es. O morador sempre vai te dizer se ali � seguro.”

A jornalista Ana Linhares, de 46 anos, j� se viu duas vezes em bocas de fumo ao seguir o Google Maps, mas n�o sofreu viol�ncia. A �ltima foi no dia 11, quando o policiamento no Rio estava menor por causa dos protestos de fam�lias de PMs. “O aplicativo me levou primeiro para a contram�o e tive de subir na cal�ada para desviar de um �nibus. Depois parei na favela, �s 20h30.” Ana decidiu aposentar o aplicativo. Procurado, o Google Maps n�o se pronunciou.


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