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Estado de Minas

Um ano ap�s trag�dia, perna vira 'Godzilla'


postado em 10/03/2017 09:19

S�o Paulo, 10 - At� poucas semanas atr�s, Ana Clara do Nascimento, de 6 anos, fechava os olhos para tomar banho. Queria evitar olhar para baixo e ver que lhe falta a perna esquerda, amputada ap�s ser v�tima de um deslizamento em um temporal que deixou h� um ano 25 mortos na Grande S�o Paulo. O resgate de Clara, que ficou com o p� preso por uma viga, comoveu at� mesmo bombeiros mais experientes. Isso para uma corpora��o que atende mais de uma ocorr�ncia de desabamento ou soterramento por dia no Estado.

S� em 2016 foram 584 registros em S�o Paulo, segundo dados da Secretaria da Seguran�a P�blica (SSP). O n�mero � 12,7% maior do que no ano anterior, quando houve 518 notifica��es, e inclui de ocorr�ncias sem v�timas, como quedas de telhado, a casos mais graves.

Um ano depois da trag�dia, Clara vive em uma casa bem na frente da antiga, em Francisco Morato, atr�s do c�rrego que transbordou na enchente. Muita coisa mudou nesse tempo. Adaptada � pr�tese, a menina n�o para quieta. Brinca, corre, escala. Para surpresa da fam�lia, at� faz tro�a da perna amputada quando, por exemplo, esbarra no sof� ou em uma cadeira. "N�o fui eu, mam�e. Foi o Godzilla", � o bord�o que repete desde que batizou a parte do corpo com o nome do monstro japon�s.

Na casa nova, a cozinheira Ant�nia Costa Gonzaga, de 48 anos, m�e de cria��o, teme uma nova enchente. Clara, n�o. "A casa n�o cai", repete para tranquilizar a fam�lia, quando se anuncia um temporal. Hoje, a menina s� evita usar short para ir � escola, para n�o ouvir perguntas sobre sua perna de metal.

'Fim do mundo'.

Naquela manh� de 10 de mar�o, Ant�nia acordou assustada com a chuva em Francisco Morato. Havia sonhado com temporal e desabamento. A �gua caiu o dia todo e � noite infiltra��es inundavam a sala, a cozinha, os quartos.

"Acorda! � o fim do mundo!", disse aos filhos. Saiu a tempo de ver a casa desmoronar. "Cad� a Clarinha?", gritou. Ela estava sob escombros. Ant�nia viu a filha Janaina Costa, de 29 anos, ser resgatada. "A Clara n�o saiu, est� morta embaixo do barranco", repetia a cozinheira. A fam�lia, ent�o, ouviu uma vozinha no meio dos entulhos. "Estou aqui! Tira eu!", dizia a menina, que havia se escondido sob a cama.

Naquela noite, o m�dico socorrista Raphael Caggiano, de 33 anos, do Grupo de Resgate e Aten��o �s Urg�ncias e Emerg�ncia (Grau), estava na base dos Bombeiros na Casa Verde e foi para Mairipor� e Francisco Morato. Ele se lembra do resgate. "A Ana Clara ficou consciente todo o momento, conversando com a gente, falando dos animais de estima��o. Ficar com uma crian�a todo esse tempo cria um v�nculo."

A madrugada era fria e havia risco que a menina podia entrar em hipotermia. "Ou corr�amos o risco de perd�-la ou tir�vamos a perninha dela. N�s optamos por salv�-la. Foi a decis�o mais dif�cil da minha vida at� hoje." As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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