
O m�dico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos pelo estupro de pacientes de sua cl�nica de reprodu��o assistida, passou por uma per�cia m�dica nesta sexta-feira, 10, na tentativa de deixar a pris�o. Seus advogados querem provar que Abdelmassih tem direito ao indulto humanit�rio, um perd�o concedido a detentos com grave defici�ncia f�sica ou em virtude do estado debilitado da sa�de.
A per�cia durou quase duas horas e foi feita na Penitenci�ria 2, de Taubat�, interior paulista, onde o m�dico cumpre pena. O laudo ser� encaminhado � Vara de Execu��es Criminais da cidade, onde tramita o processo. O exame foi feito pelo cardiologista Lamartine Cunha Ferraz, perito indicado pela Justi�a, com acompanhamento de um assistente do Judici�rio e de um m�dico particular do preso. O custo do exame, de R$ 10 mil, foi bancado por Abdelmassih.
Ferraz n�o falou com a imprensa e os detalhes do exame n�o foram revelados. Tamb�m n�o h� um prazo para a Justi�a decidir sobre o pedido, podendo serem requisitados novos exames.
De acordo com a alega��o da defesa, o r�u est� com a sa�de debilitada por graves doen�as coron�rias que exigem cuidados cont�nuos, que n�o podem ser obtidos no interior do pres�dio. Os problemas card�acos foram diagnosticados h� mais de 30 anos, mas teriam se agravado em decorr�ncia dos problemas enfrentados pelo m�dico em raz�o das acusa��es contra ele.
Abdelmassih tem 73 anos de idade e j� teve uma ponte de safena, colocada em 2008, durante uma cirurgia de emerg�ncia. No ano passado, ele foi internado em um hospital de S�o Paulo com princ�pio de enfarte e suspeita de entupimento das coron�rias. Ele passou por procedimento para a instala��o de um stent - esp�cie de mola que protege a veia. A defesa alega que ele j� teve de sair da pris�o em ao menos quatro ocasi�es para atendimento, j� que estava sujeito a �bito.
Considerado um dos maiores especialistas do mundo em reprodu��o humana, o m�dico foi acusado de atacar sexualmente 37 v�timas entre 1995 e 2008. Em novembro de 2010, ele foi condenado a 278 anos de reclus�o, mas permanecia em liberdade, beneficiado por um habeas corpus, e saiu do Pa�s. Ap�s tr�s anos foragido, ele foi preso no Paraguai pela Pol�cia Federal em agosto de 2014. Em outubro do mesmo ano, sua pena foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias. A lei brasileira prev� que nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos.