
A mobiliza��o de trabalhadores contra a reforma da Previd�ncia causou transtornos no tr�nsito de S�o Paulo na manh� desta quarta-feira, 15. A cidade registrou recorde de lentid�o no ano no per�odo da manh�, com 201 quil�metros de vias engarrafadas �s 9h30, como reflexo da paralisa��o dos servi�os de transporte p�blico, como metr� e �nibus. �s 11 horas, as linhas municipais j� come�avam a retomar a normalidade, com 85% de circula��o, enquanto o metr� ainda operava parcialmente, com opera��o por trechos. Os atos afetam outras capitais do Pa�s.
O recorde de lentid�o anterior havia sido registrado em 22 de fevereiro, com 104 km. A cidade deve continuar sentindo os efeitos da manifesta��o ao longo do dia, j� que ainda n�o h� previs�o de retomada completa dos servi�os e h� protestos marcados para o per�odo da tarde na Avenida Paulista, regi�o central da capital. A S�o Paulo Transportes (SPTrans), da Prefeitura, informou que dever� efetuar desvios em linhas e itiner�rios caso as manifesta��es prossigam durante o per�odo da tarde.
O �rg�o declarou que, na Avenida Paulista, 28 linhas ir�o circular a partir das 14 horas com rotas alternativas por causa do protesto j� programado para o local.
Nas primeiras horas da manh�, a popula��o teve de buscar alternativas para se deslocar ou aguardar, alguns por mais de tr�s horas, at� a retomada de parte do servi�o. A auxiliar de limpeza Ozineide dos Reis Souza, de 26 anos, saiu do Jardim Domitila, na zona sul, em dire��o � Avenida Santo Amaro e estava desde �s 6h30 esperando �nibus. "Avisaram no trabalho que era para ir assim que tivesse �nibus, ent�o preciso esperar", disse ela, que recebeu informa��es no terminal de que sua linha poderia sair at� �s 10 horas.
Para se distrair, ela achou uma tomada no corredor de acesso ao Metr� para carregar o celular. "Eles (motoristas) est�o no direito de protestar, mas isso tamb�m pode prejudicar outros trabalhadores. Muita gente nem deve ter sa�do de casa depois de ver a situa��o na televis�o. E pode ter empresa que n�o aceite a falta", comentou.
A vendedora Ros�ngela Gomes chegou a fazer uma foto da multid�o que se concentrava na entrada da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no Terminal Itaquera, na zona leste. A vendedora geralmente sai de casa �s 7 horas, mas decidiu sair �s 8 horas para fugir da paralisa��o. Moradora de Itaquera, ela foi at� a Esta��o Artur Alvim, mas, como estava fechada, veio at� Itaquera.
Ela considera a manifesta��o leg�tima, mas n�o que deveria ocorrer numa quarta-feira. "Est� desorganizado. A gente n�o tem informa��o do que est� ou n�o funcionando. Se fosse num s�bado ou num domingo, a manifesta��o poderia ser muito maior, reunir uma massa de gente. Tem muita gente que concorda, mas que precisa chegar no trabalho, porque tem medo de perder o trabalho, ainda mais nessa crise."
Os �nibus estavam em processo de normaliza��o em Itaquera, por volta das 10 horas. "Esperava mais mobiliza��o, porque � um direito do cidad�o que est� em jogo. Quando foi o aumento da passagem e o impeachment mobilizou muito mais gente, mas agora a situa��o � ainda maior: � um direito do trabalhador que est� em jogo", disse o fiscal de linha da Cons�rcio Plus Paulo Cavalcante. "O direito trabalhista atinge todos, s� que os sindicatos de transporte t�m maior poder de se organizar, � um sindicato estrat�gico. Faltou divulga��o, maioria das pessoas soube pelos sindicatos ou pelas m�dias sociais. Muitos usu�rios sabem o motivo e outros n�o. Eu aderi, estou aqui desde as 4h50, mas com sei a trabalhar s� depois das 8 horas, como foi combinado na reuni�o de ontem. A minha fun��o depende tamb�m do funcionamento do �nibus."
O secret�rio municipal de Mobilidade e Transportes, S�rgio Avelleda, criticou a decis�o dos trabalhadores em realizar a paralisa��o. "Evidentemente � frustrante que, em um regime democr�tico, ordens judiciais sejam descumpridas, o que causa espanto e desconforto. Milh�es est�o sendo prejudicados", acrescentou o secret�rio � R�dio Estad�o.
O secret�rio detalhou que, em raz�o da paralisa��o, o rod�zio est� suspenso, o tr�fego nas faixas exclusivas de �nibus est� liberado para todos os ve�culos at� as 12 horas e a zona azul tamb�m est� liberada. "� uma s�rie de medidas que visa a diminuir o transtorno. Estamos monitorando para avaliar se elas ser�o mantidas na parte da tarde", disse.
Na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de S�o Paulo (EMTU) estimou que o ato tenha atingido 234 linhas que, no hor�rio, seriam as respons�veis pelo transporte de 310 mil usu�rios.
USP
Desde as 6 horas, dezenas de manifestantes interditaram o tr�nsito no local, nas imedia��es da Cidade Universit�ria, no Butant�, na zona oeste da capital paulista. A mobiliza��o integrava os atos contra a reforma da Previd�ncia e aproveitava para reivindicar melhorias para a universidade.
"Estamos aqui contra a reforma da Previd�ncia e contra a trabalhista, que vem na sequ�ncia. Estamos tamb�m agregando bandeiras contra o desmonte da USP (Universidade de S�o Paulo), que n�o est� sendo mostrado, mas est� ocorrendo", disse Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).