Rio de Janeiro, 20, 20 - Um policial militar, um ex-PM (atualmente presidente uma associa��o de policiais militares e bombeiros) e duas mulheres de PMs do Esp�rito Santo foram presos em Vit�ria-ES e cidades do entorno nesta segunda-feira, acusados de promover a paralisa��o da Pol�cia Militar capixaba ocorrida em fevereiro e de tentar organizar um novo protesto, cometendo para isso v�rios crimes. As pris�es ocorreram dentro da Opera��o Protocolo Fantasma, promovida pelo Minist�rio P�blico do Esp�rito Santo, pela Corregedoria da Pol�cia Militar capixaba e pela For�a de Seguran�a Nacional.
Tamb�m foram cumpridos 23 mandados de busca e apreens�o e 17 notifica��es para depoimento, expedidos pela 4� Vara Criminal de Vit�ria e tendo como alvos policiais militares, familiares de policiais e representantes de associa��es classistas.
Foram presos preventivamente �ngela Souza Santos e Cl�udia Gon�alves Bispo, casadas com PMs, o ex-cabo da PM e atual presidente da Associa��o dos Benefici�rios da Pol�cia e Bombeiros do Estado do Esp�rito Santo (Aspobom) Walter Matias Lopes e o policial militar Leonardo Fernandes Nascimento. Eles prestaram depoimento na sede do Minist�rio P�blico e depois foram encaminhados ao Quartel do Comando Geral da Pol�cia Militar (QCG), em Maru�pe, bairro de Vit�ria. Todos s�o acusados de cometer os delitos de associa��o criminosa, atentado contra a seguran�a de servi�o de utilidade p�blica, apologia de fato criminoso, motim/revolta e amea�as a autoridades, entre outros.
Os promotores de Justi�a j� come�aram a analisar os documentos e equipamentos apreendidos e continuar�o a colher depoimentos de testemunhas e investigados. O nome da opera��o, "Protocolo Fantasma", foi sugerido pela Corregedoria da PM e faz refer�ncia a um dos filmes da s�rie "Miss�o Imposs�vel", em que uma equipe investiga para tentar limpar o nome da institui��o em que trabalha.
A ju�za Gisele Souza de Oliveira, da 4� Vara Criminal de Vit�ria, deferiu o pedido feito pelo Minist�rio P�blico e autorizou que promotores do Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) iniciassem a opera��o, que tem como principal objetivo identificar e punir os respons�veis por fomentar movimentos que t�m impedido a Pol�cia Militar de atuar no Esp�rito Santo de forma regular. Para o Minist�rio P�blico, a transcri��o de conversas telef�nicas interceptadas legalmente e j� apresentadas � ju�za s�o fundamentais para demonstrar de que maneira funciona a suposta organiza��o.
Em trecho de uma conversa interceptada na �ltima quinta-feira (16), uma das pessoas investigadas afirma j� ter passado nos batalh�es para organizar um novo protesto. A pessoa afirma que os policiais concordaram em fechar as unidades. Segundo os autos, a pessoa que dizia j� ter acertado tudo com a pol�cia � uma das l�deres do movimento paredista.
Al�m de afirmar j� ter articulado com os batalh�es o in�cio das poss�veis paralisa��es, a pessoa suspeita de liderar o movimento tamb�m alegou que precisaria mobilizar mais mulheres para obstruir as unidades policiais. Ainda de acordo com os promotores, uma reuni�o aconteceria na casa da investigada para organizar a atua��o do grupo.
Em outro momento da conversa, a suposta l�der do movimento relata que, durante protesto realizado na quinta-feira (16), a atua��o do grupo atrapalhou o tr�nsito no entorno da Pra�a Costa Pereira, no centro de Vit�ria.
Ao fundamentar a decis�o, a ju�za destacou que "as consequ�ncias nefastas do movimento paredista da Pol�cia Militar em nosso Estado culminaram com duas centenas de mortes, uma onda de saques e furtos a estabelecimentos comerciais e suspens�o de aulas, da atividade comercial, do transporte p�blico e at� das atividades do pr�prio Poder Judici�rio."
A ju�za relatou ainda que "nesse per�odo, a sociedade capixaba ficou abandonada � pr�pria sorte, com seus cidad�os trancafiados em suas resid�ncias, impedidos, pela onda de viol�ncia, de exercer o direito constitucional de ir e vir. Tratou-se de situa��o at� ent�o nunca experimentada, naquela dimens�o, pela sociedade capixaba".
"Creio n�o existir na literatura jur�dica nem na jurisprud�ncia produzida pelos nossos tribunais outro exemplo de situa��o que melhor encarne a justificativa de garantia da ordem p�blica, considerando essa como a necessidade de preserva��o da boa conviv�ncia social", concluiu a ju�za. (F�bio Grellet)
Publicidade
Opera��o prende quatro acusados de fomentar greve de PMs no ES
Publicidade
