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Estado de Minas

Cientistas desvendam 600 plantas amaz�nicas


postado em 27/03/2017 07:19

Nem tudo s�o florestas e �rvores gigantes, quando se fala na vegeta��o amaz�nica. Na Serra de Caraj�s, no sudeste do Par�, no topo de morros de 800 metros de altitude, se espalha uma vegeta��o rasteira que recobre os campos ferruginosos, tamb�m conhecidos como cangas. Uma pesquisa que re�ne 74 bot�nicos de 22 institui��es do Pa�s e do exterior prop�e revelar parte dessas esp�cies, algumas em risco de extin��o.

O grupo descreveu 600 esp�cies, entre samambaias, musgos, flores. O estudo, parceria do Museu Paraense Em�lio Goeldi e do Instituto Tecnol�gico Vale (ITV), ser� publicado em tr�s volumes da Rodrigu�sia, prestigiada publica��o do Jardim Bot�nico do Rio de Janeiro. O primeiro, lan�ado neste m�s, descreve 235 esp�cies.

"O bioma da floresta amaz�nica � o mais desconhecido do Pa�s. S�o 11 mil esp�cies descritas. A Mata Atl�ntica, uma tripa na parte leste do Pa�s, tem 15 mil esp�cies conhecidas, mais do que na floresta amaz�nica. S� tenho uma conclus�o: falta conhecimento da flora amaz�nica", afirma a bot�nica Ana Maria Giuliette, uma das coordenadoras do projeto, ao lado do bot�nico Pedro Viana.

A dificuldade de acesso e o escasso financiamento para esse tipo de pesquisa est�o entre as causas para o pouco conhecimento da regi�o. Para alcan�ar as �reas de cangas, muitas vezes s� � poss�vel chegar de helic�ptero. "� muito dif�cil subir no ponto mais alto. Estradas s�o p�ssimas e h� muitas �rvores ca�das. E � quando floresce que mais chove, o que dificulta ainda mais o trajeto", diz ela.

A Floresta Nacional de Caraj�s tem 400 mil hectares. Entre 2% e 3% da regi�o � de cangas. O Museu Goeldi fez as primeiras pesquisas sobre as plantas locais nos anos de 1970, no in�cio da minera��o em Caraj�s. Nos afloramentos de min�rio de ferro, onde n�o crescem �rvores, pesquisadores iniciaram a coleta de pequenas plantas que recobriam a regi�o. Em 2015, bot�nicos voltaram �s �reas de canga para nova coleta sistem�tica.

"� preciso ter ideia de como s�o as plantas hoje na natureza. Quando florescem? Quando produzem frutos? Tudo isso � importante quando a gente pensa em recupera��o da �rea. A legisla��o diz que temos de usar sementes da mesma �rea para recuperar um trecho de mata. Qual � a �poca certa de coletarsemente? S� saberemos fazendo esse acompanhamento", afirma Ana Maria. "A Uni�o Internacional para Conserva��o da Natureza recomenda que esse monitoramento dure 10 anos. Estamos s� come�ando".

Cat�logo

Entre as esp�cies estudadas est� a flor de Caraj�s, esp�cie em perigo de extin��o. A planta, uma trepadeira, pode atingir tr�s metros. Os pesquisadores viajaram por dez dias na �rea da Serra Norte da Floresta Nacional de Caraj�s, �nico local em que a planta foi achada.

Ap�s a coleta, exames de DNA revelam quais plantas s�o filogeneticamente pr�ximas, ou "aparentadas". A partir da� s�o identificadas fam�lia, g�nero e esp�cie. Cada uma ganha ilustra��o a bico de pena e algumas t�m fotografias de campo. Todas s�o georreferenciadas para permitir que pesquisadores as encontrem na natureza, no caso de nova coleta. E a flora � armazenada no Museu Goeldi.

"Com esse contingente de pesquisadores foi poss�vel fazer a flora correta, autenticada, em pouco tempo como fizemos. Em nenhum lugar se produz flora em dois anos, como estamos fazendo com Caraj�s, com 600 esp�cies. S� pudemos fazer isso porque tivemos essa base coletada anteriormente pelo Museu Goeldi e porque contamos com todos os especialistas. Esse estudo permite que sejam recuperadas �reas afetadas pela minera��o", diz Ana Maria.

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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