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Estado de Minas

PM diz que Andreas Richthofen n�o estava na Cracol�ndia, mas em surto na Zona Sul

Irm�o Suzane Von Richthofen, presa condenada por matar os pais, estava tentando pular o muro de uma casa, em Santo Amaro, quando foi avistado por policiais que faziam ronda


postado em 31/05/2017 18:51 / atualizado em 31/05/2017 19:00


Nesta ter�a-feira (30/5), um sobrenome chamou aten��o dos Policiais Militares de S�o Paulo que faziam uma ronda de rotina na regi�o de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. Um rapaz loiro, maltrapilho e com sinais de uso de drogas tentava pular o muro de uma casa quando foi abordado pelos agentes de seguran�a. Era Andreas Albert Von Richthofen, de 29 anos, �nico irm�o de Suzane Von Richthofen, condenada por assassinar os pr�prios pais em 2002.

Inicialmente, uma fonte do alto escal�o do prefeito de S�o Paulo, Jo�o D�ria (PSDB), havia informado ao jornal O Globo que Andreas estava na Cracol�ndia, regi�o do centro da capital. Mais tarde, por�m, a Policia Militar esclareceu que Andreas havia sido encontrado em Santo Amaro, em uma �rea residencial e que n�o � ponto de encontro de usu�rios de drogas.

Andreas estava tentando pular o muro de uma casa, quando foi avistado por PMs que faziam ronda. O rapaz chegou a machucar a perna na tentativa de entrar na resid�ncia, mas os policiais o capturaram e, notando que ele estava em "estado de surto", o encaminharam ao Hospital Municipal do Campo Limpo, onde ficou na unidade psiqui�trica at� ser transferido pelo tio Miguel Abdallah, m�dico e antigo tutor do jovem, para uma cl�nica particular.

De acordo com profissionais que atenderam Andreas e que falaram com a reportagem do O Globo, ele estaria sujo, com v�rios ferimentos pelo corpo e demonstrava preocupa��o com uma medalhinha dourada, onde estava escrito o seu sobrenome, que ficou conhecido em todo o pa�s ap�s a barb�rie cometida pela irm�.

A pol�cia n�o encontrou drogas com Andreas Richthofen e o jovem negou o uso no dia, por�m, segundo relato dos PMs, o sinal de uso de entorpecentes pesados foi vis�vel. Ele foi encontrado sozinho e em condi��es de higiene prec�rias.  

Depend�ncia qu�mica


A psiquiatra Maria Celia Vitor de Souza Brangioni, m�dica no Hospital Universit�rio de Bras�lia (HUB) e especialista em dependentes qu�micos, explica que a depend�ncia qu�mica � a conjun��o de uma s�rie de fatores. Ela esclarece que, al�m do fator biol�gico, h� o psicol�gico e o social. Indiv�duos naturalmente ansiosos, depressivos ou que tenham passado por experi�ncias traum�ticas na inf�ncia, por exemplo, t�m mais tend�ncia a se encantarem por alternativas � realidade.

 

"N�o existe rico ou pobre nessa quest�o. Se a pessoa j� tem alguma doen�a mental ou pr�-disposi��o para doen�as mentais, a substancia qu�mica apenas potencializa um quadro de psicose", explica. "Por outro lado, mesmo que a pessoa n�o tenha predisposi��o gen�tica ou psicol�gica para a depend�ncia, mas � exposta a drogas e est� em uma condi��o de vulnerabilidade social grande, existe uma chance maior de essa pessoa se tornar um dependente qu�mico", pondera Maria Celia.  

Segundo Maria Celia, existem v�rios n�veis de problemas causados por drogas e cada subst�ncia prejudica o c�rebro de uma forma, mais ou menos grave. "Al�m de preju�zos cognitivos, algumas subst�ncias causam tamb�m problemas f�sicos. O dependente n�o dorme, n�o se alimenta e tem problemas pulmonares frequentes. Depois h� os riscos sociais, com a perda dos v�nculos familiares, que v�o ficando fr�geis ou inexistentes", esclarece a m�dica, que h� 27 anos trata usu�rios de drogas.

O peso Richthofen


Sem os pais e com a irm� presa e deserdada, Andreas passou a ser o �nico herdeiro do casal Manfred e Marisia Richthofen. Apenas em propriedades em S�o Paulo, o casal deixou cerca de R$ 8 milh�es. Al�m disso, eles tamb�m tinham mais de R$ 3,1 milh�es entre contas banc�rias, d�lares e direitos trabalhistas. Foi pela metade dos mais de R$ 11,1 milh�es que o casal foi assassinado pela pr�pria filha.

H� dois anos, Suzane afirmou que n�o via o irm�o desde 2006, quando houve o julgamento. "Eu sei que meu irm�o sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu n�o sei. Se eu sofri aqui dentro [do pres�dio], imagino ele l� fora. Quando ele diz o sobrenome qualquer um reconhece, e ele ter� que carregar isto para sempre", disse ela na ocasi�o.

Descrito como um homem gentil e um bom aluno, Andreas cursou farm�cia e bioqu�mica na Universidade de S�o Paulo (USP) e ingressou no doutorado em qu�mica na mesma universidade, em 2010. Sempre distante da imprensa, ele falou apenas uma vez sobre a trag�dia familiar. Em 2015, ele quebrou o sil�ncio que mantinha desde o assassinato dos pais em uma carta aberta e em entrevista � R�dio Estad�o, ap�s as acusa��es de que seu tutor mantinha contas na Europa por conta de desvios ocorridos nas obras do trecho Oeste do Rodoanel.

Na �poca, com 27 anos, falou sobre o peso do sobrenome Richthofen e disse que se sentia "ferido" quando a imprensa falava do assassinato de seus pais. Apesar de n�o falar sobre a irm�, classificou o crime como "nojento". "Entendo sua indigna��o para com estes tr�s assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu tamb�m. � nojento", afirmou Andreas, em um trecho da carta.


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