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Estado de Minas

FAB realiza maior a��o de defesa da fronteira a�rea


postado em 16/07/2017 10:37

S�o Paulo, 16 - Voando baixo, bem baixo e muito lento, o pequeno avi�o de um s� motor vindo do interior da Bol�via cruzou a fronteira a�rea do Brasil quando o amanhecer ainda era apenas uma penumbra. Seguiu o curso de um rio, depois o trajeto de uma estrada secund�ria - e ent�o topou com um A-29 Super Tucano, duas metralhadoras .50 nas asas, despachado do aeroporto de Dourados, em Mato Grosso do Sul, pelo Comando de Opera��es Aeroespaciais da For�a A�rea Brasileira, em miss�o de intercepta��o.

As duas aeronaves entraram em um procedimento (veja o gr�fico) regido pela Lei do Abate que permite, desde 2004, derrubar a tiros os �il�citos�; avi�es irregulares, n�o identificados, sem plano de voo, em sil�ncio de r�dio. Nesse dia do fim de maio as coisas terminaram bem. O piloto acatou as instru��es, reativou a comunica��o, pousou na pista indicada pelo A-29 e apresentou os documentos, com validade vencida. O avi�o foi apreendido e multado. A investiga��o prossegue.

As manobras evasivas adotadas no deslocamento do intruso dentro do espa�o brasileiro - pouca velocidade e altitude reduzida - s�o as mesmas seguidas pelo pessoal do tr�fico de drogas para escapar dos radares da For�a A�rea. � O ato pode ter sido um ensaio para testar a capacidade de resposta do sistema de repress�o ao tr�fego ilegal�, sustenta um oficial do esquadr�o envolvido na a��o, que n�o pode ser identificado. Os militares dos times de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR), os mais diretamente ligados ao programa de combate aos crimes transfronteiri�os, t�m recebido amea�as.

H� pouco mais de tr�s meses, desde 24 de mar�o, essa rotina se repete ao menos quatro vezes a cada dia, em uma larga faixa de 4.700 km, a extens�o combinada da linha de fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bol�via, rota da entrada de 70% da coca�na transportada por via a�rea para ser distribu�da em S�o Paulo e Rio. � ali que a For�a A�rea est� realizando a Opera��o Ostium (port�o, em latim), a maior da avia��o militar do Pa�s no trabalho de coibir voos ilegais. � um programa ambicioso. Ao longo de aproximadamente 13 anos, a FAB executou pouco mais de 2 mil intercepta��es sob a Lei do Abate. Nas primeiras 15 semanas da Ostium, entre mar�o e julho, o n�mero dessas miss�es j� se aproximava de 150.

O processo pode ser duro. No dia 25 de junho um Super Tucano interceptou o bimotor PT-IIJ em Goi�s, na regi�o de Aragar�as. O invasor recebeu a ordem para aterrissar no aeroporto local. Todavia, no momento do pouso, arremeteu, tentando escapar do ca�a. Considerado como hostil, foi perseguido. Foram feitos disparos de advert�ncia - �ltima etapa antes do tiro de derrubada. O piloto desceu em seguida, mas n�o na pista: arremessou o avi�o contra um pasto, na cidade de Jussara (GO), desembarcou e fugiu. Mais tarde foi preso pela pol�cia estadual. A bordo havia 600 kg de coca�na. De acordo com o Comando da Aeron�utica, a Opera��o Ostium �permitiu uma redu��o de 80% no tr�fego a�reo desconhecido na �rea das duas divisas internacionais�. A iniciativa ser� levada a outros pontos dos 16.886 km de fronteiras do Pa�s sem aviso pr�vio - a inten��o � pegar de surpresa os transgressores. Um ponto priorit�rio � o longo corredor de 1.644 km que separa o territ�rio brasileiro do colombiano. De acordo com o DEA, a ag�ncia dos Estados Unidos de conten��o do tr�fico internacional, 60% da coca produzida na Col�mbia chega � Europa e a �sia por meio de conex�es com organiza��es criminosas no eixo Rio-S�o Paulo. H� tamb�m certa preocupa��o com o Peru e o Suriname.

Meios. Bem antes da intercepta��o, o bimotor j� havia sido visualizado pelos operadores do radar m�vel TPS-B34, capaz de rastrear v�rios alvos simultaneamente em um raio de 475 km e deslocado para dar suporte � Ostium. Talvez tenha entrado tamb�m nas telas do Centro Integrado de Defesa e Controle do Tr�fego, o Cindacta 2, de Curitiba, e nos consoles a bordo do grande jato E-99 de alerta avan�ado, avi�o-radar do Esquadr�o Guardi�o. A opera��o mobilizou meios nunca antes empregados conjuntamente.

Os drones RQ-450, avi�es sem piloto, do Esquadr�o Horus, podem permanecer horas no ar, rastreando as rotas e os pontos de apoio das aeronaves irregulares. Um pequeno avi�o pode voar muito devagar e rente ao solo, dificultando a interven��o dos Super Tucano. Nesse caso � acionado o helic�ptero de ataque AH-2 Sabre, com canh�o de 23 mm, para executar a interdi��o. Os esquadr�es atuam a partir de suas bases regulares. Grupos especiais foram deslocados para Cascavel (PR), Foz do Igua�u (PR) e Dourados (MS). Os radares m�veis est�o em Chapec� (SC) e Corumb� (MS).

A bordo do principal recurso da Ostium, o A-29 - um avi�o de US$ 5,5 milh�es na vers�o da FAB, comprada h� 12 anos - estar� um oficial sob as ordens de um tenente-coronel. Com idade m�dia de 41 anos, ele chefia um grupo de 145 militares. Os aviadores s�o jovens, na faixa dos 23 a 27 anos. Entre eles, mulheres, pilotos de ca�a.

Custo

Para chegar ao Super Tucano, os oficiais passam pela Academia da For�a A�rea, em Pirassununga (SP), e depois pelos centros de forma��o especializada em Natal e Fortaleza. Nos esquadr�es operacionais, s�o mais tr�s a quatro anos treinando ataque ao solo, combate a�reo, o uso do capacete com sistema de vis�o noturna, o captador de imagens t�rmicas e a lideran�a de grupos de combate. At� o topo da forma��o, no comando de supers�nicos como o F-5M ou o bombardeiro leve A1-M AMX, o preparo de cada aviador ter� custado at� US$ 2,3 milh�es. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Roberto Godoy)


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