Acusado de provocar acidente que matou comiss�rio deixa cadeia

S�o Paulo, 17 - O advogado Artur Falc�o Sfoggia, de 33 anos, acusado de ser respons�vel pelo acidente que matou o comiss�rio de bordo Alexandre Stoian, de 43, na Avenida dos Bandeirantes, na zona sul de S�o Paulo, foi solto no s�bado, 15, ap�s pagar fian�a de R$ 9.370. Autuado em flagrante, o suspeito passou uma noite na carceragem do 31� Distrito Policial (Vila Carr�o), na zona leste, antes de receber liberdade provis�ria no plant�o judici�rio do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo (TJ-SP).

No despacho, o juiz Claudio Juliano Filho considerou que Sfoggia n�o apresenta antecedentes criminais, tem endere�o fixo e que h� "necessidade de maior instru��o probat�ria acerca do desvalor da conduta". Ele vai responder em liberdade por homic�dio com dolo eventual (quando assume o risco de matar) e les�o corporal contra a mulher de Stoian, que ficou ferida no acidente.

O juiz tamb�m decidiu aplicar medidas cautelares, que s�o alternativas � pris�o. Al�m da fian�a, que foi arbitrada em dez sal�rios m�nimos, Sfoggia ter� de comparecer mensalmente em ju�zo e est� proibido de sair de casa � noite, no hor�rio entre 22 horas e 6 horas.

"Apesar da gravidade da conduta e principalmente do resultado, entendo n�o estarem presentes os requisitos para a pris�o preventiva", afirma decis�o de Juliano Filho. "Isso porque (...) n�o se evidencia grande periculosidade do averiguado, n�o sendo prov�vel que volte a deliquir."

Para o advogado de defesa, Dhyego Lima, a Justi�a considerou que Sfoggia n�o se omitiu de prestar socorro � v�tima, nem fugiu do local do crime. "Ele sofreu queimaduras de 2.� e de 3.� grau tentando ajudar, mas depois ficou com medo de ser v�tima de um linchamento", disse. "Por minha orienta��o, ele foi para o apartamento e ficou me esperando para ser apresentado na delegacia dentro do prazo legal de 24 horas."

Caso

Segundo a Pol�cia Civil, Sfoggia dirigia seu Volkswagen Jetta a mais de 100 km/h - o dobro do limite de velocidade na Bandeirantes, que � de 50 km/h - quando colidiu na traseira de um Peugeot 207 HB, onde estavam Stoian e a mulher. Ap�s girar na pista e parar cerca de 25 metros adiante, o carro das v�timas pegou fogo e o comiss�rio de bordo morreu carbonizado.

O acidente aconteceu por volta das 3h45. No ve�culo do advogado, a per�cia encontrou por��es de maconha e crack, al�m de uma lata de cerveja amassada, segundo a Pol�cia Civil. O suspeito havia sa�do de uma balada sertaneja e estava na companhia do primo, um empres�rio de 35 anos.

Em uma primeira vers�o no 96� DP (Cidade Mon��es), Sfoggia disse que levava o primo, morador de Chapec�, em Santa Catarina, para o aeroporto, mas sofreu uma tentativa de assalto e tentou fugir. Os policiais, no entanto, encontraram no ve�culo um cart�o de estacionamento da boate e levantou pagamentos feitos na casa noturna durante a madrugada.

Confrontado, o advogado teria mudado a vers�o, admitindo que ficou na festa entre meia-noite e 3 horas, e depois parou para comer em uma lanchonete. Quando voltava para casa, teria percebido que estava sendo perseguido e acelerou.

Para os investigadores, o depoimento n�o � 100% verdadeiro. "A dist�ncia entre o ponto do acidente e o que ele disse estar sendo seguido � de um quil�metro, mais ou menos", disse o delegado Anderson Pires Giampaoli, titular do 96� DP.

Segundo o delegado, Sfoggia admitiu que ingeriu bebida alco�lica e que faz uso de rem�dio para depress�o. O suspeito se negou a fazer exame de sangue, mas foi submetido a exame cl�nico, cujo laudo vai avaliar tamb�m se houve uso de entorpecente.

A Pol�cia Civil tamb�m investiga se Sfoggia participava de um racha na hora do acidente. Segundo testemunhas, o advogado teria fugido do local com aux�lio de um terceiro carro. "� poss�vel que o racha reste configurado no curso da investiga��o", disse o delegado.

(Felipe Resk)