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Estado de Minas

Chances de manter metas do Acordo de Paris s�o de 1%, segundo estudo


postado em 31/07/2017 19:31

S�o Paulo, 31 - Um novo estudo mostra que � de apenas 5% a probabilidade de manter o aquecimento global, at� o fim do s�culo, dentro de um limite de 2 graus Celsius. Segundo os autores, � de 1% a chance de cumprir a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, de manter as temperaturas m�dias abaixo de 1,5 grau Celsius nesse per�odo.

Um aumento de 2 graus Celsius da temperatura m�dia do planeta � o limite para um "ponto sem retorno" a partir do qual as cat�strofes clim�ticas poderiam se tornar incontrol�veis, de acordo com muito climatologistas.

O novo estudo, publicado hoje na revista Nature Climate Change, aponta que s�o de 90% as chances do aumento das temperaturas m�dias, no s�culo 21, para um valor entre 2 e 4,9 graus Celsius.

"Nossa an�lise mostra que o objetivo de 2 graus Celsius � o melhor cen�rio poss�vel. � alcan��vel, mas apenas com um esfor�o maci�o e sustentado em todas as frentes pelos pr�ximos 80 anos", disse o autor principal do estudo, Adrian Raftery, professor de estat�stica e sociologia da Universidade de Washington (Estados Unidos).

"Nossa an�lise � compat�vel com estimativas anteriores, mas mostra que as proje��es mais otimistas s�o muito improv�veis. Estamos mais pr�ximos da margem do que pensamos", disse Raftery.

O relat�rio mais recente do Painel Intergovernamental de Mudan�as Clim�ticas (IPCC, na sigla em ingl�s) estabeleceu as taxas futuras de aquecimento com base em quatro cen�rios de emiss�es de carbono. Os cen�rios variam desde o mais pessimista, no qual as emiss�es continuariam na mesma tend�ncia atual, at� o mais otimista, no qual haveria um esfor�o global s�rio de transi��o para uma economia sem combust�veis f�sseis.

"O IPCC deixou bem claro que esses cen�rios n�o s�o previs�es. O grande problema com os cen�rios � que voc� n�o sabe at� que ponto eles s�o prov�veis, nem se eles cobrem toda a gama de possibilidades, ou se s�o apenas um punhado de exemplos. Cientificamente, esse tipo de abordagem n�o foi totalmente satisfat�ria", disse Raftery.

O novo estudo tem foco em tr�s fatores que sustentam os cen�rios para emiss�es futuras: popula��o mundial total, produto interno bruto per capita e "intensidade de carbono", que � a quantidade de carbono emitida para cada d�lar de atividade econ�mica.

Utilizando proje��es estat�sticas para cada um desses tr�s fatores, com base nos dados dos �ltimos 50 anos em todos os pa�ses, o estudo mostra um valor m�dio de aquecimento de 3,2 graus Celsius at� 2100 e uma chance de 90% de que o aquecimento neste s�culo fique entre 2 e 4,9 graus Celsius.

"Os pa�ses lutaram pela meta de 1,5 grau Celsius por causa dos severos impactos em seus meios de subsist�ncia no caso de excedermos esse limite. De fato, os danos causados por temperaturas extremas, seca, clima extremo e aumento do n�vel do mar ser� muito mais severo se permitirmos uma temperatura de 2 graus Celsius ou mais. Nossos resultados mostram que ser� preciso realizar uma mudan�a abrupta de curso para atingirmos essas metas", disse outro dos autores da pesquisa, Dargan Frierson, professor de ci�ncias atmosf�ricas na Universidade de Washington.

Um outro estudo coordenado por Raftery em 2014, sob encomenda da Organiza��o das Na��es Unidas, utilizou ferramentas estat�sticas para mostrar que a popula��o mundial dificilmente se estabilizar� no s�culo 21. O planeta dever� chegar a 11 bilh�es de habitantes em 2100.

Intensidade de carbono

Raftery imaginou que o crescimento populacional causaria um grande impacto no aumento das proje��es de aquecimento global, mas ficou surpreso ao descobrir, no novo estudo, que o impacto populacional n�o � t�o grande. Segundo ele, a explica��o para isso � que o maior crescimento populacional ocorrer� em pa�ses da �frica, que usam poucos combust�veis f�sseis.

Segundo Raftery, o fator mais importante para o futuro aquecimento global � a intensidade de carbono - a quantidade de carbono emitida para cada d�lar de atividade econ�mica. Esse valor caiu nas �ltimas d�cadas, porque os pa�ses aumentaram a efici�ncia e estabeleceram padr�es para redu��o de emiss�es de carbono, segundo o pesquisador. A velocidade da queda desse n�mero nas pr�ximas d�cadas ser� crucial para determinar o aquecimento global, de acordo com Raftery.

O estudo mostrou uma ampla gama de poss�veis valores de intensidade de carbono nas pr�ximas d�cadas, dependendo do progresso tecnol�gico e do compromisso dos pa�ses para implementar mudan�as.

"De maneira geral, as metas expressas no Acordo de Paris s�o ambiciosas, mas realistas. A m� not�cia � que elas provavelmente ser�o insuficientes para atingir o objetivo de manter o aquecimento abaixo de 1,5 grau Celsius", afirmou Raftery.

(F�bio de Castro)


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