S�o Paulo, 06 - O novo perfil de estudante da USP tem muito a contribuir para a diversidade dos debates em sala de aula, ainda que traga dificuldades iniciais de aprendizagem por problemas de forma��o b�sica. � o que apontam professores ouvidos pela reportagem. �Em minha primeira experi�ncia na sala de aula havia apenas alunos brancos e vindos de escola de elite, como Santa Cruz e Rio Branco�, diz o professor Marcus Orione, do Direito, h� 16 anos na institui��o.
Hoje, ainda que de maneira t�mida, diz ele, isso se diversificou. �Percebo que h� um deslocamento do interesse dos estudantes no tipo de pesquisa. Tenho, por exemplo, uma aluna interessada em pesquisar a discrimina��o racial, tema que n�o interessava no passado, pois ningu�m sofria desse problema. Uma universidade est� muito mais pr�xima do conceito de popular se tiver mais alunos negros e provenientes de escola p�blica. Os discursos de diversidade passam a fazer parte do cotidiano dos alunos�, diz. �Se hoje um professor fala uma express�o homof�bica ou racista, h� logo uma como��o entre os estudantes.�
Professor de Medicina na USP h� mais de 30 anos, Paulo Saldiva lembra dos tempos de estudante, no come�o da d�cada de 1970, quando, ao contr�rio de hoje, a escola p�blica ainda levava boa parte de seus estudantes para a universidade. �Essa concentra��o de egressos de escolas particulares come�ou a partir dos anos 1990. Ent�o, na minha �poca, ainda tinha muito aluno de escola p�blica. E isso me fez muito bem. Eu era um �almofadinha� e o conv�vio com alunos de outras classes sociais me fez evoluir muito�, brinca.
Inclus�o
Como naquele tempo, o professor v� essa diversidade com bons olhos. �N�o concordo com a ideia de que a qualidade pode cair com a inclus�o. Um sujeito que veio de Guaianases e estudou sempre em escola p�blica, para passar em uma universidade, precisa ser muito bom�, diz Saldiva.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Luiz Fernando Toledo)