
Respons�vel pela investiga��o contra Santos, que se passaria por policial federal, produtor de TV e agente para enganar, roubar e estuprar mulheres na zona sul da capital paulista, a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Cristine Nascimento Guedes Costa disse investigar crimes cometidos pelo acusado desde o ano de 2012. Das nove v�timas que j� o reconheceram, uma havia sido atacada naquele ano, uma em 2015 e as restantes, neste ano -- a maioria no m�s de outubro. "Ele chegou a abordar tr�s mulheres no mesmo dia", disse a delegada.
Segundo Cristine, os registros mostram que o acusado passou, gradualmente, a agir com mais viol�ncia contras as v�timas. "Nos primeiros casos, ele era menos agressivo, falava mais. No fim, j� chegava dizendo ser policial, com o simulacro (a arma falsa apreendida pela pol�cia) nas m�os." Esse comportamento foi descrito no pedido de pris�o feito contra o acusado, aceito pela Justi�a e cumprido na tarde de quarta.
O caso de Santos veio a p�blico ap�s uma abordagem feita por ele no lado dos Jardins da Rua Augusta, na regi�o central da cidade, na sexta-feira da semana passada, dia 6. Uma mulher havia sa�do com o carro do estacionamento de um supermercado quando foi parada por ele, que mostrou um falso distintivo da Pol�cia Federal e uma arma e conseguiu entrar no ve�culo da v�tima. Ele a fez passar por caixa eletr�nico, a manteve ref�m por tr�s horas, passou a m�o em seu corpo e exigiu que ela fizesse sexo oral nele.
"S�o v�rios crimes que estamos investigando. Amea�a, extors�o, roubo e estupro", disse Cristine. "Em nenhum dos casos, chegou a ocorrer conjun��o carnal. Mas, com amea�as e viol�ncia, ele abusava sexualmente das v�timas", completou a delegada.
A delegada chegou a conversar com o acusado, preso na carceragem do 77º Distrito Policial. Ela disse que o comportamento calmo do suspeito contrastou com os relatos agressivos feitos pelas v�timas, depois de elas terem feito o reconhecimento. "Ele diz que gostava de conhecer mulheres para 'amizade, marketing, lobby e neg�cios'. Primeiro, confessou que era ele nas imagens que temos. Mas nega qualquer crime contras as mulheres", disse Cristine.
A pol�cia ainda tenta esclarecer h� quanto tempo o suspeito vivia na cidade de S�o Paulo, se possu�a resid�ncia fixa e qual era sua fonte de renda -- ele foi vereador em Jussiape, cidade de 8 mil habitantes na Bahia. Um homem se apresentou como seu advogado na dia da pris�o, segundo a pol�cia, mas n�o voltou a procurar a pol�cia. O homem tem um irm�o na capital paulista, que j� foi ouvido pela pol�cia.