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Estado de Minas

Aplicativo recebe den�ncias de viol�ncia contra praticantes de religi�es afro

Somente nos �ltimos dois meses, 32 casos de intoler�ncia e atos violentos foram registrado no Rio de Janeiro


postado em 13/10/2017 17:54 / atualizado em 13/10/2017 18:04

Representantes de diversas religiões participaram de caminhada na Praia de Copacabana em defesa da liberdade religiosa(foto: Fernando Frazão/Agência Brasil )
Representantes de diversas religi�es participaram de caminhada na Praia de Copacabana em defesa da liberdade religiosa (foto: Fernando Fraz�o/Ag�ncia Brasil )

Cansado de ouvir coment�rios ofensivos e relatos de viol�ncia contra praticantes de religi�es afro, L�o Akin Olakunde, um candomblecista do Rio de Janeiro se juntou a um amigo e � namorada para criar o aplicativo Oro Orum- Ax� eu respeito. A ferramenta recebe den�ncias de intoler�ncia religiosa e tem at� um bot�o de SOS para as v�timas. O servi�o � gratuito e est� dispon�vel a partir desta sexta-feira (13) para download em celulares.

O estado do Rio de Janeiro vem registrando um n�mero recorde de ataques a casas de umbanda e candombl�. Somente nos �ltimos dois meses, 32 casos foram registrados pelo Disque Combate ao Preconceito, um servi�o do governo estadual, sendo oito notificados em Nova Igua�u, na Baixada Fluminense - munic�pio com a maior concentra��o de terreiros. Em dois desses casos, criminosos, supostamente crist�os neopetencostais, aparecem em v�deos amea�ando sacerdotes de religi�es afro-brasileiras e obrigando-os a destruir pe�as religiosas.

Diante dos ataques, que acontecem em sua maioria na periferia, L�o Akin Olakunde, decidiu criar o aplicativo para facilitar as den�ncias e organizar um banco de dados. No Oro Orum- Ax� eu respeito, o usu�rio encontra informa��es sobre direitos e leis que garantem a liberdade religiosa no pa�s, o combate � discrimina��o, al�m do formul�rio de den�ncia. O denunciante tamb�m recebe orienta��o para procurar a Pol�cia Civil e a Defensoria P�blica do Estado.

A ideia, conta L�o Akin, partiu da utiliza��o de outro aplicativo, o N�s por N�s, criado pelo F�rum de Juventudes do Rio de Janeiro, com objetivo de combater a viol�ncia policial. Em ambos, h� orienta��es para fazer a den�ncia com v�deos, fotos e texto, al�m de coletar todas as provas poss�veis, registrar testemunhas e o m�ximo de dados sobre o agressor. “Precisamos de pol�ticas p�blicas, mas tamb�m de seguran�a para as v�timas denunciarem”, disse.

L�o pretende ampliar a plataforma e gerar mapeamentos das casas de matriz afro se conseguir apoio de parcerios: ele precisa da doa��o de dois computadores. “O aplicativo foi feito com equipamento amador, mas de forma profissional. Com um notebook velho e a internet de uma conta emprestada de minha cunhada”, diz. A ferramenta foi programada por Alexsandro da Silva, amigo de L�o, ateu e morador de Pernambuco. “Precisamos de uma internet de melhor qualidade e monitores para trabalhar todas as funcionalidades. Estamos atr�s de financiamento”, disse ele, que tamb�m contou com a ajuda da namorada, a escritora Ta�s Esp�rito Santo, para criar o aplicativo.

Religiosos querem interven��o do MP

Interlocutor da Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa (CCIR), o professor Ivanir dos Santos acredita que a impunidade faz com que os casos de intoler�ncia sejam cada vez mais violentos. “Qualquer ferramenta como essa � importante no contexto de viol�ncia que vivemos”, disse. Por�m, ele cobra respostas do Poder P�blico.

“O que n�s queremos � que os dados virem inqu�ritos na Pol�cia Civil por discrimina��o e den�ncias no Minist�rio P�blico Estadual”, cobrou. Ivanir explicou que muitos atos de viol�ncia s�o classificados nas delegacias como briga de vizinho ou desentendimentos. Com isso, deixa-se de aprofundar o debate sobre as origens do preconceito contra as casas de terreiro.

Dos casos que a CCIR acompanha, ele conta que a maioria acaba virando apenas um registro de ocorr�ncia, “engavetados” pela pr�pria pol�cia, como aconteceu com as notifica��es de Nova Igua�u. At� o momento, dois oitos casos, a Pol�cia Civil confirma apenas a autua��o de um pastor, por publicar v�deos em redes sociais destruindo imagens de orix�s.

O professor Ivanir tamb�m cobra a atua��o dos minist�rios p�blicos Estadual e Federal, que se comprometeram a acompanhar as investiga��es dos casos. “As ocorr�ncias precisam chegar ao Judici�rio, com pessoas julgadas e, eventualmente, condenadas. O aplicativo � muito bom, � um pronto socorro, mas precisamos mais do que estat�sticas”.


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