
A secret�ria municipal de Direitos Humanos e Cidadania de S�o Paulo, Eloisa Arruda, informou que o alimento granulado apresentado pelo prefeito Jo�o Doria (PSDB) na semana passada, durante o lan�amento do programa Alimento para Todos, � um suplemento alimentar que n�o ser� distribu�do de forma indiscriminada para a popula��o. Ela comparou o produto, feito pela empresa Plataforma Sinergia - que o chama de "farinata", ao suplemento Whey Protein, produto feito com a prote�na do soro do leite.
"O rico tem direito a suplemento alimentar. O menino que faz gin�stica compra Whey, os idosos compram o leite s�nior e pagam caro. O nosso objetivo � eventualmente aproveitar alimentos para transform�-los em suplementos alimentares para juntar com alimento in natura e fornecer � popula��o."
No evento em que o produto foi apresentado e consumido pelos presentes, foi assinada a lei que institui a Pol�tica Municipal de Erradica��o da Fome e de Promo��o da Fun��o Social dos Alimentos (PMEFSA). Segundo Eloisa, o granulado foi levado ao evento como um "exemplo de boa pr�tica".
"Eles produzem em pequena escala, fornecem para uma entidade assistencial e o objetivo � que n�s possamos ter outras empresas, eventualmente esta tamb�m, aproveitando alimentos de boa qualidade. Ent�o precisamos tirar a informa��o de que iremos processar alimentos de validade vencida, n�o faremos isso. Esta empresa apresentou esse alimento a organismos internacionais, por exemplo a ONU (Organiza��o das Na��es Unidas) e a ag�ncia da ONU aprovou esse alimento."
Uma reportagem da R�dio CBN mostrou que a empresa n�o tinha capacidade de produzir o composto em larga escala.
A secret�ria n�o informou um prazo para o in�cio do uso do produto. Segundo ela, o plano de a��o previsto na nova lei prev� um mapeamento da popula��o que necessitaria do suplemento, como pessoas que apresentem quadros de desnutri��o.
"Tamb�m � importante esclarecer que a Prefeitura de S�o Paulo jamais deixar� de fornecer alimento in natura. Nos locais em que ela j� fornece, continuar� fornecendo. Identificada uma situa��o de desnutri��o, � que n�s podemos realizar o complemento da alimenta��o de pessoas. Outra coisa � o combate ao desperd�cio de alimentos", disse Eloisa. "N�s j� temos um banco de alimentos que funciona no bairro da Vila Maria (zona norte da capital), onde s�o angariados diariamente alimentos de boa qualidade e entregues a entidades que lidam com pessoas de baixa renda. N�o s�o alimentos vencidos nem de m� qualidade, s�o s� alimentos desconformes com os modelos de mercado."
Cr�ticas
Nas redes sociais, o produto foi criticado e chamado de "ra��o". Eloisa disse que essa denomina��o n�o condiz com a proposta do produto. "O objetivo � que ele seja oferecido n�o como forma de ra��o, como est�o dizendo de forma absolutamente inver�dica, mas que esse alimento seja oferecido para complementar a alimenta��o de pessoas de baixa renda."
O Conselho Regional de Nutricionistas se posicionou, por meio de nota, contra o suplemento. Segundo a entidade, o produto "contraria os princ�pios do Direito Humano � Alimenta��o Adequada (DHAA), bem como do guia alimentar para a popula��o brasileira, em total desrespeito aos avan�os obtidos nas �ltimas d�cadas no campo da seguran�a alimentar e no que tange as pol�ticas p�blicas sobre as a��es de combate � fome e desnutri��o".
A Prefeitura rebateu a cr�tica. "N�o h� perspectiva de haver a distribui��o desses alimentos de maneira generalizada. O que o conselho est� criticando n�o existe, est� desinformando a popula��o. O principal aqui � o combate ao desperd�cio alimentar."