S�o Paulo, 30 - O latroc�nio voltou a preocupar a pol�cia de S�o Paulo em 2017. N�o se viam indicadores t�o altos no primeiro semestre, com 237 ocorr�ncias, desde 2003. Isso alertou a Secretaria da Seguran�a P�blica (SSP), que conseguiu reduzir crimes do tipo nos �ltimos tr�s meses. Ainda assim, o total de latroc�nios entre janeiro e setembro (266) � maior do que no mesmo per�odo do ano passado e de 2015.
Segundo o Anu�rio de Seguran�a P�blica, S�o Paulo teve o maior n�mero de latroc�nios do Pa�s em 2016. O Estado, por�m, � o mais populoso, com 45 milh�es de pessoas, fazendo com que a taxa por 100 mil habitantes seja de 0,8, a terceira menor.
Pesquisa do Instituto Sou da Paz com todos os registros de latroc�nio de 2016 mostraram caracter�sticas das v�timas. Dois aspectos chamam a aten��o: 20% delas eram idosas, e metade morreu em assaltos a resid�ncia. Outros 20% eram agentes de seguran�a, como policiais. Por andarem armados a maior parte do tempo e terem propens�o a reagir a roubos, eles acabam sendo alvos.
Mensagem de voz. O cabo da PM Hiata Anderson, de 38 anos, estava de folga em 25 de novembro de 2016, seu anivers�rio de casamento. Como sempre fazia nessa data, saiu cedinho de casa para comprar flores para a auxiliar administrativo Lucin�ia Gon�alves, de 42. Era uma sexta-feira. Por volta das 11h45, ele leu o parab�ns enviado pela mulher e respondeu com uma mensagem de voz no Whatsapp. "Obrigado voc�, por me aguentar por 16 anos! A gente se v� mais tarde", disse, minutos antes de ser morto em um assalto.
"Foi a �ltima vez que ouvi a voz dele. Pelo que dizem, foi abordado naquele momento", conta Lucin�ia que, em seguida, pede desculpa por n�o conseguir falar da perda sem se emocionar. "Ele saiu de manh�, avisando para eu me preparar porque a gente ia jantar fora� ", diz. "Fiquei sabendo do que aconteceu pelo Facebook. Tinha uma foto dele ca�do na rua, com o celular do lado."
O cabo Hiata passava de motocicleta em um cruzamento de ruas em S�o Caetano, na Grande S�o Paulo, quando dois criminosos, tamb�m em uma moto, o surpreenderam. "Sem reagir! Sem reagir!", teriam dito os bandidos. O policial, por�m, tentou se defender, segundo a vi�va. Os bandidos atiraram. Depois, a dupla fugiu sem levar o ve�culo, o celular e a carteira, que permaneceu no bolso da v�tima.
Demitida cerca de 5 meses antes do crime, Lucin�ia recebia aux�lio-desemprego na �poca. Al�m da mulher, o cabo Hiata deixou duas filhas - a mais velha de 16 anos; a mais nova, de 6. "A falta que ele faz � muito grande. As meninas sempre falam do pai, que sentem o cheiro dele� Elas passam por psic�logo", afirma a m�e. "Agora, vai fazer um ano: a gente j� fica fragilizada de novo."
Desde o crime, Lucin�ia n�o conseguiu emprego porque precisa cuidar das filhas. "Gra�as a Deus, o pessoal do batalh�o ajudou muito", conta.
Combate
A SSP disse desenvolver pol�ticas para combater os crimes contra o patrim�nio. Em setembro, a redu��o de latroc�nios foi de 65%, destaca a pasta, em compara��o com o mesmo m�s do ano passado. "O trabalho tem sido intensificado com opera��es para refor�ar o patrulhamento das unidades territoriais. Nos nove meses deste ano as pol�cias paulistas prenderam 40 pessoas em flagrante e 163 por mandados judiciais, todas envolvidas em latroc�nios", diz a secretaria.
A SSP diz que o caso do policial � investigado pelo 1� DP de S�o Caetano. Na ocasi�o, um dos autores foi baleado e morreu. "As investiga��es prosseguem visando identificar e prender o segundo suspeito."
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Marco Ant�nio Carvalho e FELIPE RESK)