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Estado de Minas

PF investiga golpe de pastores evang�licos em fi�is


postado em 23/11/2017 10:49

S�o Paulo, 23 - A Pol�cia Federal identificou a atua��o de pastores evang�licos para beneficiar uma organiza��o criminosa investigada por golpes milion�rios que atingiram pelo menos 25 mil pessoas em todo o Pa�s. A Opera��o Ouro de Ofir foi deflagrada na ter�a-feira, 21, contra grupo que prometia lucros estratosf�ricos �s v�timas em neg�cios fict�cios envolvendo ouro "do tempo do Imp�rio" e antigas "letras do Tesouro Nacional".

Sidiney dos Anjos Per�, alvo de pris�o tempor�ria, � apontado com um dos l�deres e respons�vel por arregimentar pastores com o fim de ludibriar e tirar dinheiro dos fi�is.

"A caracter�stica principal da fraude est� em atingir a f� das pessoas e na sua cren�a em um enriquecimento r�pido e leg�timo, levando-as a crer, inclusive, que tal mecanismo seria um 'presente de Deus aos fi�is', ou seja, trazendo a f� religiosa para o centro da fraude. A maneira mais pr�tica de explicar isso talvez seja a cren�a de que contra a f� n�o h� fatos nem argumentos. Muitas v�timas n�o est�o interessadas em entender, pensar ou se informar - s� est�o interessadas em acreditar. E � exatamente neste ponto que a fraude tomou propor��es inimagin�veis e ganhou territ�rio nos mais diversos Estados da Federa��o", afirma o delegado Guilherme Guimar�es Farias, em relat�rio.

Segundo o inqu�rito, diversas narrativas foram inventadas pela suposta organiza��o criminosa para ludibriar as v�timas. No entanto, apenas os crimes cometidos por interm�dio de duas hist�rias s�o alvo da a��o deflagrada nesta ter�a, 21.

Uma delas se refere a uma fam�lia de Campo Grande (MS) detentora dos lucros sobre a venda de centenas de toneladas de ouro do tempo do Brasil Imperial (1822-1889), mas, para repatriar os valores obtidos com os lucros, alega ter um acordo com uma "Corte Internacional", que coloca uma condi��o: 40% do montante que receberiam os herdeiros no Brasil teriam de ser doados a terceiros.

Em outro golpe, as v�timas davam valores em troca de uma comiss�o sobre a "recupera��o de antigas letras do Tesouro Nacional". O esquema era o mesmo: em troca de quantias de, no m�nimo, R$ 1 mil, eram prometidos �s v�timas grandes lucros. Em ambos os casos, as pessoas nunca receberam o que foi prometido. H� quem j� tenha dado mais de R$ 20 mil ao grupo.

De acordo com a Pol�cia Federal, abaixo dos mentores dos esquemas, est�o "corretores", que ficam a cargo de cooptar v�timas e inseri-las em grupos nas redes sociais, e escritur�rios, que fraudavam documentos.

Em representa��o � Justi�a Federal do Mato Grosso do Sul, a Pol�cia Federal d� conta de que, "fazendo uso de grupos em redes sociais, como Facebook e, principalmente, Whatsapp, onde v�rios grupos foram criados com o objetivo de transmitir informa��es sobre as 'opera��es', os chamados 'corretores', 'l�deres' ou apenas encarregados, postam informa��es e �udios, bem como os pr�prios 'investidores', por vezes, se manifestam"

"Assim, todos ficam emaranhados em informa��es falsas, contradit�rias e, por vezes, motivacional. S�o comuns as mensagens do tipo: 'voc�s tem que acreditar'; 'voc�s foram os escolhidos'; 'aguardem que a b�n��o vir�", tudo como forma de manipula��o mental e t�cnicas aparentemente programada de PNL (Programa��o Neurolingu�stica) e Controle da Mente, para despertar a cobi�a e a esperan�a, sempre renovada a cada semana, de se receber milh�es de reais", dizem os investigadores.

Um dos golpes tem como mentor Sidiney dos Anjos Per�, conhecido pelas v�timas como "�Dr. Per�". Ele se diz Juiz, mas apenas possui uma carteira de identifica��o de Juiz Arbitral do Tribunal de Justi�a Arbitral Brasileiro.

"Juiz arbitral � um cargo que n�o existe. Um �rbitro existe em C�maras de negocia��o, n�o � um cargo p�blico. O que eles queriam era status", afirma o delegado Guilherme Guimar�es Farias, que conduz as investiga��es.

O delegado afirma, em representa��o � Justi�a, que "al�m dos s�mbolos usados por Per�, que remetem � f� crist�, como a Estrela de Davi e a Arca da Alian�a", Sidiney "arregimenta pastores evang�licos, possivelmente como corretores, para vender 'aportes' de sua opera��o a fi�is das respectivas igrejas evang�licas onde referidos pastores agem tamb�m de forma criminosa, seja vendendo 'aportes' ou mesmo divulgando e estimulando uma opera��o ilegal". "V�rios pastores s�o citados nos grupos, dos mais diversos estados brasileiros", relata.

A PF ainda afirma que "Sidinei dos Anjos Per� est� sendo alvo de uma investiga��o na Policia Civil de Primavera do Leste/MT, juntamente com Gleison Fran�a do Ros�rio, que tudo indica, teria sido seu 'corretor' na regi�o citada, fato este ocorrido dentro de uma igreja evang�lica, inclusive com a participa��o do pastor respons�vel pela institui��o religiosa�.

O nome da opera��o faz refer�ncia a uma passagem B�blica, na qual o ouro da cidade de Ofir era fin�ssimo, puro e raro, sendo o mais precioso metal da �poca. Ofir nunca foi localizada e nem o metal precioso dela oriundo.

Defesa

A defesa de Sidiney dos Anjos Per� n�o foi localizada pela reportagem. O espa�o est� aberto para manifesta��o.

(Luiz Vassallo)


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