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Estado de Minas

Presos foram torturados e tiveram de comer olhos humanos em Manaus


postado em 24/11/2017 19:49

A den�ncia do Minist�rio P�blico do Amazonas que acusa 213 pessoas pelos crimes do massacre no Complexo Penitenci�rio An�sio Jobim (Compaj), em Manaus, tamb�m narra passo a passo as a��es da Fam�lia do Norte (FDN) no dia 1� de janeiro deste ano. O documento, apresentado nesta sexta-feira, 24, � Justi�a, detalha como os alvos da FDN, os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), tentaram se proteger do ataque fugindo por dutos e se escondendo em telhados, mas alguns acabaram sendo capturados, torturados e sendo obrigados at� a comer olhos humanos de v�timas que haviam sido mortas naquele dia.

O documento traz detalhes at� ent�o desconhecidos do massacre. A investiga��o mostrou que o massacre come�ou �s 16h08 no Compaj, momento no qual os integrantes da FDN, portando armas de fogos, facas e peda�os de paus, al�m de material combust�vel, promovem um motim e avan�a sobre pavilh�es vizinhos. Era dia de visita de parentes dos presidi�rios. Alertadas, elas deixaram o local antes do hor�rio final estabelecido.

O alvo principal eram integrantes do PCC, custodiados em uma �rea separada das demais, chamada de "Seguro PCC". L�, s� sobreviveram quatro dos 26 homens. Tr�s deles conseguiram escapar dos ataques ao deslocar a tampa de um bueiro, arrastando-se por dutos de escoamento de �gua e esconderam-se nas galerias. "Apesar dos rebelados terem perseguidos as v�timas, inclusive jogando v�rias bombas nos dutos, n�o conseguiram concretizar seus intentos assassinos e as v�timas ficaram escondidas at� o fim da rebeli�o", narra a den�ncia.

Quando os integrantes da FDN partiram para a chamada �rea de inclus�o, o objetivo era matar presos condenados n�o filiados a nenhuma fac��o, mas condenados por crimes sexuais. "De acordo com informa��es prestadas pelos internos sobreviventes dessa �rea, al�m da condi��o vulner�vel de todos os presos que ali estavam, as 'lideran�as' do Compaj estariam ainda incomodadas com a presen�a deles, pois queriam transformar essa �rea em um 'motel' (�rea para recebimento de visitas �ntimas) exclusiva para os integrantes da fac��o FDN", explicou o promotor Edinaldo Medeiros, que assina a den�ncia.

Logo que os presos da �rea de inclus�o notaram o come�o da rebeli�o naquela tarde, eles decidiram incendiar os colch�es de espumas das suas celas, al�m de len�ois e roupas, "como �nica forma de tentar impedir o acesso �quela �rea". "De acordo com o relato dos sobreviventes, o referido inc�ndio permitiu que alguns internos da inclus�o fugissem pela grade previamente j� serrada, localizada na cela 4, como �nica op��o de sobreviv�ncia", destaca Medeiros.

Na �rea de inclus�o, dos 42 internos sobreviveram 22, a maioria por se declararem "irm�os de ben��o", integrantes de grupos religiosos dentro da cadeia. Dois dos sobreviventes relataram � pol�cia que se esconderam no telhado para n�o serem pegos. Outros tentaram se esconder, mas foram capturados. Cinco detentos contaram que ap�s serem agredidos foram obrigados a comer olhos humanos. Eles foram mantidos como ref�ns sob constantes amea�as de mortes, mas acabaram liberados ao fim da rebeli�o.

Uma das v�timas se escondeu no forro da enfermaria, "mas foi capturado e jogado de aproximadamente nove metros de altura, tendo desmaiado na queda, e quando acordou, foi espancado com golpes de 'perna-manca' em seus test�culos, furaram os seus p�s, dentre outros tipos de les�o corporal". "Depois lhe obrigaram a comer dois olhos humanos. E foi mantido ref�m at� �s 6h do dia seguinte."

Os 213 presos denunciados nesta sexta responder�o a 56 acusa��es de homic�dio qualificado, seis tentativas de homic�dio, 26 casos de tortura e 46 casos de vilip�ndio de cad�ver. Caso sejam condenados a penas m�ximas, cada um poder� pega mais de 2,2 mil anos de reclus�o.

(Marco Ant�nio Carvalho)


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