S�o Paulo, 05 - O traficante de drogas Edilson Borges Nogueira, o Biroska, de 44 anos, foi assassinado a facadas nesta ter�a-feira, 5, durante o banho de sol na Penitenci�ria 2 (P2) de Presidente Venceslau, no interior de S�o Paulo, onde est�o detidos a maioria dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Um dos maiores l�deres e financiadores dessa fac��o criminosa, Biroska era respons�vel pelo tr�fico de drogas em Diadema, no ABC Paulista, e pertencera � c�pula do crime organizado.
Seu assassinato acontece em meio � revela��o feita pelo procurador de Justi�a M�rcio S�rgio Christino de que o l�der m�ximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria sido informante da pol�cia, entregando antigos l�deres da fac��o para assumir o poder.
Dois homens participaram do ataque a Biroska. Seriam os presos Danilo Antonio Cirino Felix, de 29, e Gilberto Souza Barbosa Silva, o Caveira, de 46. De acordo com os agentes penitenci�rios, Felix segurou a v�tima pelo pesco�o enquanto Caveira o golpeava com um estilete. Quando eles intervieram, j� era tarde.
Para investigadores que acompanham o caso, Biroska jamais seria assassinado na P2 de Presidente Venceslau sem ordem de cima, da c�pula da fac��o. O bandido estava preso havia 12 anos. Depois de dominar o tr�fico de drogas na regi�o de Diadema e expandir seus neg�cios para a zona sul de S�o Paulo, Biroska passou a atuar no transporte de drogas para S�o Paulo. Acabou preso.
Na pris�o, ele se uniu ao PCC, participando durante dez anos da chamada Sintonia Final Geral, a c�pula da organiza��o criminosa. Por isso, foi denunciado pelo Minist�rio P�blico Estadual em 2013 por organiza��o criminosa. Durante as investiga��es, 47 fuzis, 64 ve�culos, 4,7 toneladas de drogas e mais de R$ 1,1 milh�o foram apreendidos.
"Esse colegiado de l�deres que integram a c�pula da fac��o dita a 'palavra final' do PCC, ou seja, todos os setores da empresa criminosa s�o subordinados a eles, nada acontece na rua ou no sistema penitenci�rio, sem que os referidos l�deres tenham avalizado", afirma a den�ncia do promotoria.
Foi Biroska um dos traficantes que participaram em outubro de 2010 dos contatos entre a c�pula do PCC com a Amigos dos Amigos (ADA), a fac��o criminosa fluminense chefiada por Ant�nio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ent�o l�der do tr�fico de drogas na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro.
Durante esses anos, o neg�cio das drogas na regi�o dominada por Biroska era um neg�cio pessoal do traficante, que ao lado de Marco Paulo Nunes da Silva, o Vietn�, tornou-se um dos grandes financiadores da fac��o.
As coisas come�aram a mudar para Biroska dentro da fac��o depois de uma briga entre mulheres. De acordo com investigadores, Biroska foi afastado da c�pula porque sua mulher teria se desentendido com outra mulher de um detento do grupo - seu caso seria decidido por Marcola assim que ele deixasse o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no pr�ximo dia 8, onde foi internado no ano passado. Recentemente, a c�pula da fac��o soltou um comunicado em apoio a Marcola contra as revela��es feitas pelo livro do procurador.
Em liberdade, Rog�rio Jeremias de Simone, o Geg� do Mangue, outro integrante da c�pula, assumiu o comando da fac��o nas ruas. Geg� primeiro teria assumido o controle do tr�fico na fronteira com o Paraguai e, agora, estaria refugiado na Bol�via, de onde comandaria os neg�cios.
Com a morte de Biroska, os investigadores consideram que Geg� deve assumir tamb�m o tr�fico na zona sul e na regi�o de Diadema, consolidando seu poder no grupo.
(Marcelo Godoy)