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Estado de Minas

DNA � utilizado como prova para condenar matadores de rinocerontes na �frica


08/01/2018 20:13

Um sistema inovador desenvolvido por cientistas para rastrear amostras de DNA de rinocerontes - e utiliz�-las como provas forenses - est� ajudando as autoridades de pa�ses africanos a colocar na cadeia os criminosos envolvidos no massacre e tr�fico desses animais.

O sistema, batizado de Rhino DNA Index System (RhODIS, na sigla em ingl�s) associa uma nova metodologia de amostragem de DNA a um kit capaz de rastrear o percurso dos produtos feitos a partir do chifre dos rinocerontes. Os resultados da aplica��o do sistema nas investiga��es foram descritos em um artigo publicado nesta segunda-feira, 8, na revista cient�fica Current Biology.

A nova t�cnica j� foi utilizada na investiga��o de mais de 5,7 mil crimes e, em mais de 120 casos, conseguiu ligar cad�veres individuais de rinocerontes assassinados, na cena do crime, aos produtos apreendidos com criminosos - muitas vezes fora da �frica. Com isso, o sistema produziu provas forenses que levaram � pris�o os criminosos.

"Ao contr�rio de trabalhos semelhantes nos quais as bases de dados gen�ticos fornecem uma indica��o de origem geogr�fica, o RhODIS fornece combina��es individuais entre as amostras, de forma semelhante ao perfil de DNA humano. Por isso ele pode ser utilizado como prova direta em casos de julgamento criminal", disse uma das autoras do estudo, Cindy Harper, da Universidade de Pretoria, na �frica do Sul.

Os sistema foi aplicado a casos ocorridos na �frica do Sul, Zimb�bue, Nam�bia e Qu�nia, envolvendo rinocerontes-negros (Diceros bicornis) e rinocerontes-brancos (Ceratotherium simum). Em termos de risco de extin��o, as duas esp�cies aparecem na lista da Uni�o Internacional para a Conserva��o da Natureza (IUCN, na sigla em ingl�s) como "em perigo" e "quase amea�ada", respectivamente.

A matan�a de rinocerontes chegou a propor��es desastrosas na �ltima d�cada na �frica, quando foram mortos mais de 7 mil animais. Os rinocerontes s�o ca�ados por causa de seus chifres, aos quais s�o atribu�das supostas propriedades medicinais.

Na �frica do Sul, pa�s que concentra 70% dos menos de 30 mil rinocerontes restantes no planeta, foi registrada a perda de 13 rinocerontes em 2007. Em 2008, o n�mero subiu para 83. Em 2015, j� chegava a 1.215. S� no Parque Nacional Kruger, onde h� 9 mil rinocerontes, os criminosos matam, em m�dia dois ou tr�s por dia, segundo os cientistas.

Para calcular a probabilidade de uma correspond�ncia entre uma prova de DNA confiscada e um animal morto na cena do crime, os cientistas se basearam na frequ�ncia de determinados alelos - as formas alternativas de um mesmo gene - calculada a partir de uma base de dados gen�ticos de 3.085 rinocerontes-brancos e 883 rinocerontes-negros.

As an�lises mostraram o sistema permite rastrear, de forma confi�vel, o perfil de DNA de um animal espec�fico, extra�do de qualquer tecido apreendido: chifres, amuletos, p�s feitos a partir dos chifres, ou simplesmente objetos com marcas de sangue do animal.

O artigo publicado pelos cientistas detalha nove casos nos quais o DNA mostrou correspond�ncia entre os objetos apreendidos e animais encontrados mortos. Essa prova foi usada para processar, condenar e sentenciar criminosos que mataram ou encomendaram a morte de rinocerantes. Um dos casos, envolvendo tr�s chifres e tecidos de duas carca�as de rinocerontes resultou em uma senten�a de 29 anos de pris�o.

O conjunto de dados do RhODIS tamb�m ajudou os cientistas tra�arem um quadro mais preciso das popula��es de rinocerontes, segundo Cindy. Com base nos dados, por exemplo, foi poss�vel classificar os rinocerontes brancos e negros em identificar tr�s subesp�cies de rinocerontes-negros. As informa��es sobre a estrutura das popula��es podem tamb�m ajudar os investigadores a refinar as buscas por carca�as espec�ficas ligadas a chifres apreendidos.

Como os chifres frequentemente s�o levados com extrema rapidez da cena do crime para os pa�ses consumidores, os cientistas afirmam que a investiga��o, amostragem e an�lise de provas forenses deve ser diligentes e coordenadas internacionalmente.

Segundo Cindy, na �frica do Sul, felizmente o programa conseguiu um forte apoio das autoridades locais de prote��o da fauna, do governo nacional, dos servi�os policiais, dos parques nacionais e da maioria dos estados onde vivem os rinocerontes.

"Gra�as a esse apoio, n�s tivemos um crescimento r�pido da base de dados, que se transformou em uma fonte representativa dos dados gen�ticos de rinocerontes, tanto para aplica��es forenses como para aplica��es de gest�o. Essa coopera��o e esse apoio sem precedentes das autoridades ao programa foi surpreendente e animadora", afirmou Cindy.

Os casos descritos no estudo, de acordo com a pesquisadora, mostram que os dados forenses sobre esp�cies da vida selvagem que est� sob grave amea�a de ca�a ilegal e tr�fico podem ser aplicados entre as fronteiras para ajudar na investiga��o e na condena��o de criminosos.

A esperan�a, de acordo com Cindy, � que o risco cada vez maior de pris�o e condena��o, com senten�as severas, ajude a reduzir os incentivos para negociar produtos ilegais extra�dos de animais selvagens.

Segundo os cientistas, a base de dados do sistema RhODIS continuar� a crescer a cada nova amostra que for acrescentada. "Com o uso de dados gen�ticos para gerenciar melhor as popula��es remanescentes de rinocerontes, esse esfor�o i

(F�bio de Castro)


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