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Estado de Minas

Cientistas usam t�cnica que criou ovelha Dolly para clonar macacos com sucesso


25/01/2018 12:12
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S�o Paulo, 25 - Em 1996, a ovelha Dolly ficou conhecida por ser o primeiro animal clonado a partir de uma c�lula adulta, com uma t�cnica conhecida como transfer�ncia nuclear de c�lula som�tica (SCNT, na sigla em ingl�s). Agora, mais de duas d�cadas depois, cientistas chineses utilizaram pela primeira vez a mesma t�cnica para produzir os primeiros clones de macacos. De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, por�m, o avan�o n�o significa que a ci�ncia est� mais pr�xima de uma t�cnica de clonagem para reprodu��o humana.

A clonagem de primatas era considerada um grande desafio e os cientistas levaram d�cadas para desenvolver um m�todo capaz de realiz�-la com sucesso. Segundo os autores do estudo, publicado na quarta-feira, 24, na revista Cell, esse tipo de clonagem em macacos permitir� pesquisas com popula��es de animais "personalizados" e geneticamente uniformes. Assim, ser� poss�vel estudar uma doen�a gen�tica, por exemplo, produzindo dois macacos id�nticos, com uma modifica��o no gene cuja atua��o se pretende verificar.

"H� muitas quest�es sobre a biologia dos primatas que podem ser estudadas a partir desse modelo adicional", afirmou o autor principal do estudo, Qiang Sun, da Academia Chinesa de Ci�ncias. "Isso vai criar modelos para an�lise n�o s� de doen�as cerebrais com base gen�tica, mas tamb�m de c�ncer, doen�as imunol�gicas ou dist�rbios metab�licos. Tamb�m poderemos testar a efic�cia de drogas para esses problemas antes do uso cl�nico."

Os dois macacos clonados, batizados de Zhong Zhong e Hua-Hua, nasceram h� oito semanas e seis semanas, respectivamente. Eles n�o s�o os primeiros clones de primatas, pois em 1999 um macaco Rhesus foi clonado por um m�todo mais simples, semelhante ao processo natural que leva ao nascimento de g�meos. Essa t�cnica, por�m, pode gerar no m�ximo quatro clones por vez.

Zhong Zhong e Hua Hua, por outro lado, foram criados com a t�cnica SCNT, na qual o n�cleo de uma c�lula reprodutiva � removido e substitu�do pelo n�cleo de c�lulas j� diferenciadas de outras partes do corpo. Esse �vulo reconstru�do se desenvolve em um clone do organismo que doou o n�cleo. Em tese, n�o h� limites para clones.

Para fazer a clonagem, os cientistas transferiram c�lulas de fibroblastos - um tipo de c�lula do tecido conjuntivo - de fetos de macacos para um �vulo de uma macaca cujo n�cleo foi extra�do. O �vulo resultante foi implantado em duas macacas adultas. Zhong Zhong e Hua Hua s�o clones dos mesmos fibroblastos de fetos. Como foram utilizadas "barrigas de aluguel" diferentes, um nasceu 15 dias depois do outro, embora sejam clones id�nticos.

Antes de utilizar fibroblastos de fetos, os cientistas utilizaram macacos adultos como doadores dessas c�lulas, mas o resultado foi um fracasso: os clones gerados viveram apenas por algumas horas. "Tentamos v�rios m�todos diferentes, mas s� esse funcionou. Falhamos muito antes de encontrar uma maneira de clonar um macaco com sucesso", disse Sun.

Segundo os cientistas, os n�cleos de c�lulas diferenciadas de macacos t�m se mostrado extremamente resistentes � SCNT, em compara��o �s c�lulas de outros mam�feros, como camundongos, vacas e ovelhas. A dificuldade, de acordo com eles, consiste em reprogramar o c�digo gen�tico da c�lula madura quando ele � fundido ao �vulo cujo n�cleo foi extra�do - j� que os genes desse tipo de c�lula cont�m as "marcas" que controlam sua ativa��o e inativa��o. Superar esse problema exigiu tr�s anos de trabalho.

Efici�ncia limitada

De acordo com Lygia da Veiga Pereira, pesquisadora do Laborat�rio Nacional de C�lulas-Tronco Embrion�rias, o estudo � um marco para a ci�ncia, "pois os primatas s�o modelos muito melhores para o estudo de doen�as em humanos". "Mas ele (o trabalho) tamb�m mostra que o m�todo ainda n�o � eficiente o bastante para gerar uma quantidade satisfat�ria de clones de macacos para realizar esse tipo de an�lise."

Segundo ela, a principal novidade � o uso de moduladores epigen�ticos. "O grande desafio da clonagem com reprograma��o celular � apagar as marcas epigen�ticas - isto �, as marcas que determinam os genes a ficarem ativos ou inativos - e colocar uma nova marca, de acordo com o que precisamos. Eles fizeram isso utilizando moduladores epigen�ticos, que funcionam como 'borracha qu�mica', apagando as marcas originais dos fibroblastos, facilitando sua reprograma��o." As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(F�bio de Castro)


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