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Estado de Minas

Chacina em festa deixa ao menos 14 mortos em Fortaleza

As informa��es iniciais s�o de que o crime foi motivado por uma rixa entre fac��es rivais. O massacre j� � considerado o maior da hist�ria do Cear�


postado em 27/01/2018 14:39 / atualizado em 27/01/2018 16:25

Na madrugada deste s�bado (27) uma festa no Bairro Cajazeiras, na periferia de Fortaleza, terminou com ao menos 14 pessoas assassinadas. Homens armados invadiram o local e dispararam aleatoriamente contra o p�blico do Forr� do Gago. Segundo a Secretaria de Seguran�a P�blica e Defesa Social do Cear�, trata-se da maior chacina j� registrada no estado do Cear�.

Das v�timas, sete j� foram identificadas. Os nomes n�o foram divulgados, mas a secretaria informou que tr�s s�o homens maiores de idade e quatro s�o mulheres, duas maiores e duas adolescentes. Pelo menos seis pessoas atingidas no tiroteio seguem internadas no Instituto Doutor Jos� Frota (IJF), maior centro m�dico de urg�ncia e emerg�ncia da capital. O secret�rio da Seguran�a P�blica e Defesa Social, Andr� Costa, afirmou em coletiva de imprensa que duas est�o em estado grave.

Em entrevista � imprensa, o secret�rio disse que as investiga��es j� foram iniciadas, mas que ainda n�o � poss�vel precisar o motivo do crime: “O que n�s temos de concreto � que, �s 0h39min, recebemos uma chamada da Ciops [Coordenadoria Integrada de Opera��es de Seguran�a] de um tiroteio em um local no bairro das Cajazeiras, conhecido como Forr� do Gago. De imediato, viaturas do Cotam [Comando T�tico Motorizado] compareceram ao local, depois outras viaturas foram. Chegando l�, encontraram corpos e foram feitos trabalhos periciais”. 

Fac��es criminosas


A chacina reitera o cen�rio de viol�ncia que marca o estado hoje. O Atlas da Viol�ncia 2017, estudo realizado pelo Ipea e pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, mostra que a taxa de homic�dios por 100 mil habitantes no estado do Cear� cresceu 47% entre 2010 e 2015, ano em que foram contabilizados 4.163 homic�dios.

Professor da Universidade Federal do Cear� e pesquisador do Laborat�rio de Estudos da Viol�ncia, Luiz F�bio Paiva afirma que parte desse n�mero est� ligada �s fac��es criminosas. A hegemonia do crime no estado, segundo o pesquisador, tem sido disputada por dois grupos: uma alian�a formada pelo Comando Vermelho e pela Fam�lia do Norte e, de outro, um grupo local conhecido como Guardi�es do Estado, que receberia o apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC). Para ele, o poder p�blico � “completamente ineficaz no enfrentamento dessa situa��o”.

Na coletiva, o secret�rio de Seguran�a negou que o estado teria perdido o controle da seguran�a p�blica para as fac��es criminosas. “N�o h� perda de controle. � um evento isolado”, disse Andr� Costa, acrescentando que “� uma situa��o criminosa, que foi organizada, que foi planejada e que veio a ser executada”. Ele comparou a situa��o com ataques em boates e shows em outros pa�ses, como nos Estados Unidos. Para ele, “n�o h� motivo para p�nico, para temor”.

 J� Paiva aponta que n�o se trata de um fato isolado, mas de uma “sistem�tica de homic�dios”. “N�s tivemos um momento de ‘pacifica��o’, de acordo entre esses grupos, mas logo em seguida n�s tivemos a� uma deflagra��o de uma guerra entre v�rios grupos que atuam no Cear�. E, consequentemente, logo em seguida, n�s come�amos a observar v�rias chacinas”, diz o pesquisador.

Em junho de 2017, uma chacina matou seis pessoas no bairro Porto das Dunas, tamb�m em uma festa. Em novembro, outra chacina vitimou quatro adolescentes privados de liberdade, que foram retirados por criminosos do Centro Educativo M�rtir Francisca. "S�o v�rias chacinas sem resolu��o, sem que os respons�veis sejam presos e devidamente punidos", disse Paiva.

Em nota, a Secretaria da Seguran�a P�blica e Defesa Social (SSPDS) informou que uma pessoa foi presa, suspeita de participa��o na chacina, e que um fuzil foi apreendido. A pasta informou que mais detalhes n�o ser�o divulgados neste momento para n�o comprometer as investiga��es, que contam com o trabalho das pol�cias, per�cia forense e outros �rg�os.

 *Colaborou Renata Martins, rep�rter da R�dio Nacional


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