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Estado de Minas

Amor que dura al�m da Quarta de Cinzas


postado em 13/02/2018 09:06

Rio, 13 - J� diziam o Pierr� e a Colombina da Noite dos Mascarados de Chico Buarque que, no amor de carnaval, "amanh� tudo volta ao normal", ent�o "deixa a festa acabar, deixa o barco correr". Para a sorte dos pequenos Th�o e Martin, h� amores de carnaval que resistem � Quarta de Cinzas.

Th�o, de 1 ano, � filho do empres�rio Giovani Carneiro, de 39 anos, que n�o tem vergonha de dizer que encontrou a mulher da sua vida em um carnaval. E logo no primeiro dia. O ano era 2002, em Senador Firmino, munic�pio de 7 mil habitantes no interior mineiro, onde os dois nasceram. Ele estava solteiro e queria "bagun�ar" com os amigos, mas no s�bado, primeiro dia da folia, esbarrou com uma paix�o plat�nica da adolesc�ncia: Fl�via Guimar�es de Oliveira, hoje servidora p�blica, de 35 anos.

"Quando a vi, pensei: 'Ela � muito bonita'. Depois planejei: 'Vou tentar conversar com ela, mas n�o vou conseguir beij�-la'. E quase hesitei: 'Ser� que vou levar um 'fora'?'. Acabamos conversando e rolou. Nos apaixonamos e vivemos uma rela��o maravilhosa h� 15 anos. Porque a mulher da minha vida � a Flavinha", afirma Carneiro.

Desde aquele reencontro em 2002, eles curtiram juntos todos os carnavais. Este ser� o primeiro ano em que estar�o longe: Carneiro ficar� em S�o Paulo trabalhando, Fl�via e Th�o v�o para Senador Firmino.

� primeira vista

J� Martin � fruto de um amor que brotou nos bloquinhos cariocas. Antes de se tornar sua m�e, Juliana Arruda, paulistana morando no Rio, n�o via nenhuma gra�a em bloco de carnaval. Achava tudo muito cheio, quente e confuso e preferia passar o feriado em um retiro espiritual. At� que em 2014 resolveu ir para a rua e se tornou mais uma apaixonada pela folia. No ano seguinte, a festa ganharia outro sentido.

"A gente se conheceu na quinta-feira pr�-carnaval: se olhou, se beijou e passou o carnaval inteiro junto. Minhas amigas diziam: 'Voc� est� louca? Casar no carnaval? Vai beijar outros!", lembra a produtora de audiovisual, hoje m�e do pequeno Martin, com 1 ano e 7 meses, o mais novo companheiro de blocos.

Assim como o marido, Luiz Oct�vio Guimar�es, de 32 anos, ela n�o procurava nada al�m de divers�o com as amigas naqueles dias. "Estava no auge da minha solteirice, ele tamb�m. Foi o destino, tinha de ser. Se n�o fosse no carnaval, seria em outro momento. � um cara muito maravilhoso, muito engra�ado e de boa na vida", diz ela.

O cen�rio do encontro do casal foi o bloco Minha Luz � de Led, uma das novidades dos �ltimos anos nas ruas cariocas. Os dois se aproximaram porque tinham amigos em comum. Juliana havia sido v�tima de furto em um outro bloco e havia ficado sem celular, o que impedia a comunica��o com Luiz Oct�vio. Por acaso, voltaram a se encontrar nos dias seguintes em outros blocos, sempre no meio da multid�o. "A gente n�o marcava, se encontrava meio por acaso, depois dispersava, se encontrava de novo... O primeiro beijo, no fim do bloco, foi aquele longo, que os amigos come�am a sair de perto."

Os beijos n�o cessaram passado fevereiro. Em outubro, veio a not�cia da gravidez; em novembro, j� estavam casados. Em 2016, a folia foi com Martin na barriga; em 2017, com o menino no colo. Este ano, com Luiz Oct�vio trabalhando na folia, vendendo cerveja artesanal, m�e e filho brincam colados.

Encontro

Nos bailes de carnaval de S�o Paulo, foi uma dan�a que aproximou o casal Airton Gontow, jornalista de 56 anos, e Maria da Concei��o Pereira, de 54. Gontow n�o falha na data exata: era 5 de fevereiro de 2008. Rec�m-separado, ele era o organizador de um baile em Pinheiros, na zona oeste. Estava sentado enquanto todos dan�avam.

"Uma hora o propriet�rio da casa, Telmo Carvalho, apareceu e perguntou-me por que eu n�o estava dan�ando. Estou trabalhando", falei. "Ele disse que deveria deixar de ser tolo: 'Voc� est� separado. O baile � um sucesso. Se ficar aqui sentado. n�o aceito fazer o evento novamente no ano que vem'", amea�ou, brincando. Fui ao sal�o e logo vi uma mulher linda, ao lado de uma outra mo�a, no meio do sal�o", recorda ele.

Gontow a convidou para tomar um caf�. "Ela j� estava saindo do clube. Sa� correndo", diz. "Come�amos a conversar e amanheceu. Eu a levei no carro dela e dei um beijo de tchau. Nunca tinha dado beijo de primeiro encontro. Mas sentimos naquela hora que aquele encontro era para sempre."

Gontow e Maria est�o juntos h� dez anos. Daquele encontro, desenvolveu-se a paix�o e a parceria. Eles mant�m o site de paquera Coroa Metade, que j� soma 54 casamentos e 330 mil usu�rios. "Vivenciei a experi�ncia e sei como � dif�cil conhecer uma pessoa nova depois que voc� se separa. E percebi tamb�m que conheci a Maria porque foi em um baile � moda antiga. Foi um lugar com pessoas de gostos parecidos", diz.

Ap�s se separar, aos 43 anos, o jornalista costumava dizer que nunca casaria novamente. Mas quando conheceu Maria voltou a acreditar que � poss�vel se apaixonar outra vez. "Tem aquela frase 'o amor de carnaval dura menos que a folia'. Pode at� ser verdade. Porque desde aquele baile de carnaval com a Maria meu cora��o permanece em estado de folia." As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Juliana Di�genes e Roberta Pennafort)


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