Rio, 28 - O interventor federal na seguran�a do Rio, general Walter Souza Braga Netto, planeja apertar o cerco a oficiais da PM respons�veis por batalh�es que t�m casos identificados de corrup��o policial ou altos �ndices de criminalidade. Tenentes-coron�is da PM poder�o ser trocados se n�o entregarem resultados esperados. E haver� auditoria em diversos setores da seguran�a estadual, como log�stica, administra��o e finan�as, planejamento e opera��es.
Essas s�o algumas das estrat�gias que v�m sendo delineadas pelo interventor, que, oficialmente, n�o detalha quais metas pretende atingir. Nesta ter�a-feira, 27, em sua primeira entrevista coletiva no Rio, Braga Netto afirmou apenas que espera reduzir a criminalidade em todo o Estado e fortalecer as corregedorias para combater a corrup��o policial. "Nossa inten��o � fortalecer as corregedorias e tomar provid�ncias para que o bom profissional seja valorizado e o mau, penalizado", disse. Procurada pela reportagem, a PM n�o se manifestou.
Neste primeiro momento, a equipe de Braga Netto se debru�a sobre �ndices de criminalidade do Estado. Quer, com base nas "manchas criminais" - mapas que apresentam �reas com mais incid�ncia de crimes -, cobrar resultados dos oficiais superiores dos batalh�es. Os militares entendem que � preciso refor�ar a hierarquia e a disciplina na PM. Segundo contou � reportagem um oficial do Ex�rcito, a mensagem � "n�o rezou a cartilha, ser� substitu�do".
O chefe do gabinete de interven��o, general Mauro Sinott, disse que os dados do Instituto de Seguran�a P�blica (ISP), respons�vel pelas estat�sticas oficiais e que t�m como origem os registros da Pol�cia Civil, s�o auditados e confi�veis. Braga Netto chancelou: "Com rela��o � transpar�ncia, voc�s n�o precisam se preocupar, porque o sistema ser� transparente. O instituto vai continuar e aprimorar seu trabalho, os resultados continuar�o sendo divulgados".
Efetivo e ve�culos
Outro foco ser� a recomposi��o do efetivo da PM, por meio do resgate de policiais que hoje est�o cedidos a outros �rg�os, e tamb�m da frota de ve�culos usada no patrulhamento, que est� sucateada. Antes da interven��o, a Secretaria de Seguran�a tentava recompor o efetivo e os ve�culos, mas faltou dinheiro - o Rio decretou calamidade nas finan�as em junho de 2016.
Questionado, Braga Netto disse n�o ter informa��es sobre os recursos para as a��es. "No momento, temos o que est� previsto no decreto: recursos de seguran�a p�blica j� existentes no Estado, e Bras�lia nos dar� um aporte. Mas eu ainda n�o tenho as informa��es de valores."
Por enquanto, o interventor deixar� apenas as Pol�cias Civil e Militar nas a��es diretas de investiga��o e patrulhamento ostensivo em �reas de confronto. As For�as Armadas continuar�o prestando apoio operacional em cercos e desobstru��es de vias. � o que vem sendo feito desde 2017, quando foi iniciada mais uma opera��o de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio.
Os militares t�m feito blitze em estradas e checagem de eventuais prontu�rios criminais de moradores em zonas de confronto, na busca por procurados pela Justi�a. Nesta ter�a, 500 homens atuaram em duas favelas da zona oeste: Vila Alian�a, em Bangu, e Coreia, em Senador Camar�. N�o houve abordagens nem confrontos, s� a retirada de barreiras supostamente instaladas por bandidos para impedir o tr�nsito de agentes de seguran�a.
Durante a opera��o, iniciada �s 8h, foram usadas 15 m�quinas de engenharia, como caminh�es e tratores, e 60 viaturas das For�as Armadas, segundo o Comando Militar do Leste. Ningu�m foi detido, mas a a��o repercutiu entre moradores das duas comunidades, que postaram imagens e coment�rios nas redes sociais.
O interventor n�o planeja que os militares assumam a dianteira das opera��es, como ocorreu na �poca da ocupa��o do complexo de favelas da Mar�. Mas a avalia��o de oficiais pr�ximos a Braga Netto � que ele seguir� as palavras do presidente Michel Temer, que disse que os militares devem "partir para o confronto se houver necessidade". Assim, n�o est� descartado que as tropas voltem a cumprir mandados de busca e apreens�o, realizar capturas e patrulhamento.
Ainda nesta ter�a, Braga Netto se reuniu com secret�rios de Seguran�a de S�o Paulo, Esp�rito Santo e Minas por mais de duas horas. Os Estados pediram celeridade e integra��o na �rea de intelig�ncia para poder acionar os respectivos aparatos policiais nas divisas, quando necess�rio. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Felipe Fraz�o, enviado especial, e Roberta Pennafort)