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Estado de Minas

Homenagem na C�mara a vereadora vira ato contra interven��o e Governo Temer


postado em 15/03/2018 13:36

Bras�lia, 15 - Uma sess�o solene na C�mara dos Deputados em homenagem � vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e ao motorista Anderson Gomes, assassinados na quarta-feira, 14, no Rio de Janeiro, se transformou em ato contra a interven��o federal no Estado e contra o Governo Michel Temer. A sess�o foi presidida pelo presidente da Casa e pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi hostilizado durante a cerim�nia.

A homenagem come�ou com um cortejo pelo corredor principal da C�mara, onde militantes carregavam girass�is e uma faixa com frase: "Marielle presente, Anderson presente: Transformar o luto em luta."

Ao entrar no plen�rio, os militantes ergueram cartazes contra a interven��o militar e com fotos da vereadora.

Militantes de esquerda ocuparam todo o plen�rio e, durante os discursos, n�o pararam de gritar palavras de ordem pedindo o fim da Pol�cia Militar, o fim da interven��o na seguran�a p�blica no Rio de Janeiro, "Fora, Temer", "Fora, Maia", "Fora, Bolsonaro", "Fascistas n�o passar�o" e "Golpistas". L�der da bancada da bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) tamb�m foi hostilizado no plen�rio.

"Cada uma de n�s, sobretudo as mulheres, nos sentimos morrendo um pouco", disse a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que destacou o crescimento desse tipo de crime "no curso de um governo sem legitimidade". Na sequ�ncia, deputados de partidos de esquerda se revezaram ao microfone destacando a luta de Marielle a favor dos Direitos Humanos e sua origem de mulher pobre e negra. Tamb�m n�o faltaram nos discursos cr�ticas � falta de planejamento na interven��o militar e cobran�as por uma investiga��o c�lere.

A deputada Maria do Ros�rio (PT-RS) comparou a morte da vereadora aos assassinatos dos ambientalistas Dorothy Stang e Chico Mendes. "Basta aos que discursam propagando o �dio", pregou, sob os aplausos da plateia. "Os que puxam o gatilho s�o os que fomentam o �dio", completou.

Ao contr�rio do discurso do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que foi mal recebido pelos presentes, as declara��es da petista �rika Kokay (PT-DF) foram aclamadas pelo plen�rio. "Essa bala foi apertada pelo Parlamento deste Pa�s", disse a deputada.

Visivelmente abalado, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) tamb�m discursou. "Perdi uma companheira de luta, estamos aos peda�os, mas n�o vamos esquecer", disse. O deputado, apoiado pelo PT, PCdoB, PSB e PSOL, encaminhou a Maia um pedido de cria��o de uma comiss�o externa para acompanhar as investiga��es dos assassinatos, solicita��o que foi atendida pelo presidente da Casa.

Apesar de ter sido chamado de "golpista" em v�rios momentos, Maia deixou o evento minimizando as hostilidades. "Eu entendo que o importante � que o direito da manifesta��o est� colocado, para a gente ouvir cr�ticas e elogios com muito equil�brio", respondeu. Durante os momentos mais tensos da cerim�nia, Maia chegou a ser aconselhado por seguran�as a abandonar o evento, mas ele fez quest�o de seguir no comando da sess�o solene.

Maia saiu em defesa da interven��o e disse que a a��o precisa de diagn�stico, de planejamento e da execu��o para ter sucesso. "� importante que o planejamento seja transparente e claro e que o governo federal entenda que h� um sucateamento da estrutura da Pol�cia do Rio de Janeiro. Mas eu ainda estou confiante", afirmou.

O deputado disse que a agenda de seguran�a p�blica continuar� na Casa porque � uma demanda de "80% da popula��o". Maia disse que a flexibiliza��o do Estatuto do Desarmamento ainda pode demorar para entrar na pauta. "Esse � um debate sempre pol�mico, com muito radicalismo dos dois lados. A minha compreens�o � que se poderia ter um pouco mais de paci�ncia, um pouco mais de restri��o no direito a posse. Acho que a rigidez tinha de ser maior. Mas vamos com calma", pregou.

Maia admitiu que a execu��o da vereadora pode radicalizar ainda mais os debates eleitorais, mas que espera que se caminhe para o equil�brio nas discuss�es sobre as solu��es para o problema de seguran�a p�blica no Pa�s.

(Daiene Cardoso)


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