O ministro extraordin�rio da Seguran�a P�blica, Raul Jungmann, afirmou ao jornal
O Estado de S.Paulo
que os cartuchos encontrados no local onde a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada pertenciam � Pol�cia Federal e que foram desviadas "h� v�rios anos". Segundo o ministro, a PF abriu mais de 50 inqu�ritos para descobrir os respons�veis pelos desvios das muni��es.
Ainda de acordo com Jungmann, a PF j� mapeou muni��o desse lote roubada em uma ag�ncia dos Correios da Para�ba e, tamb�m, desviada por um escriv�o da Superintend�ncia da Pol�cia Federal no Rio. No caso do escriv�o, o ministro afirmou que o policial foi preso e exonerado.
A PF instaurou um inqu�rito nesta sexta-feira, 16, para apurar como a muni��o comprada pela corpora��o, em 2006, foi utilizada no assassinato da vereadora. A descoberta sobre a origem da muni��o foi feita pela Pol�cia Civil fluminense.
Segundo os investigadores, a muni��o faz parte do lote UZZ-18 comprado pela PF, em 2006, da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC). C�psulas de muni��es do mesmo lote tamb�m foram encontradas no local da maior chacina do Estado de S�o Paulo, em agosto de 2015, quando 17 pessoas foram mortas em Osasco e Barueri. Sobre a muni��o encontrada nos crimes na Grande S�o Paulo, o ministro n�o soube informar se houve conclus�o da investiga��o a respeito.
Marielle foi assassinada na noite de quarta-feira, 14, ap�s reuni�o com grupo de mulheres negras na Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Os assassinos alvejaram quatro vezes o rosto da parlamentar. Outras tr�s balas mataram o motorista dela, Anderson Pedro Gomes.
"A PF est� fazendo todo o rastreamento de dados e vai muito brevemente as conclus�es a que chegou. A PF disponibilizou seu melhor especialista em impress�o digital e DNA para colher material dessas c�psulas, porque a PF tem um banco de dados de material", disse Jungmann.
A reportagem apurou que o lote de muni��es comprado em 2006 � visto internamente como "problem�tico" pela PF. O principal ponto seria o tamanho do lote. Embora a PF n�o revele informa��es, a reportagem descobriu que o lote foi um dos maiores j� comprados pela corpora��o. A aquisi��o dessa muni��o foi uma das primeiras realizadas pela PF ap�s a regulamenta��o da necessidade de identifica��o do lote prevista no Estatuto do Desarmamento.
Por causa do tamanho do lote, essa muni��o foi espalhada pela PF para todos suas superintend�ncias nos 26 Estados e no Distrito Federal. Outra dificuldade que a PF enfrenta para descobrir quem desviou as muni��es para os bandidos � a falta de controle sobre o material recebido por cada policial. Com base no lote, a PF sabe apenas qual superintend�ncia estadual recebeu, mas n�o consegue apontar quem � o policial respons�vel por ela.
(Fabio Serapi�o e Felipe Fraz�o)