S�o Paulo, 17 - Muni��es como as que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes - balas de calibre 9 mil�metros da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) - s�o o retrato do que est� nas m�os de criminosos no Rio: produzidas no Brasil e de uso restrito.
Estudo do Instituto Sou da Paz sobre apreens�es das pol�cias fluminenses de 2014 a 2017 mostrou que 27,4% eram de 9 mm e, no ano passado, 70% das muni��es eram consideradas de uso exclusivo de for�as de seguran�a, como a Pol�cia Federal e as For�as Armadas.
Na sexta, o Instituto voltou a refor�ar a import�ncia da melhoria de mecanismos que permitam a rastreabilidade da muni��o para contribui��o a investiga��es criminais. Gerente da �rea de Sistemas de Justi�a do Sou da Paz, Bruno Langeani lembrou que a obrigatoriedade de marca��o dos lotes nos estojos adquiridos por for�as de seguran�a p�blica foi firmada pelo Estatuto do Desarmamento, promulgado em 2003. "O que foi obtido com o estatuto foi um avan�o brutal porque antes havia uma resist�ncia", disse.
Esse tipo de rastreio j� havia sido usado, por exemplo, para obter provas contra os policiais que acabaram condenados no caso da ju�za Patr�cia Acioli, morta em agosto de 2011.
Os tr�s calibres que aparecem em maiores volumes na an�lise das apreens�es no Rio foram 9 mil�metros (calibre restrito de pistolas e submetralhadoras), 7,62mm (calibre restrito encontrado principalmente em fuzis) e calibre .38 (calibre permitido predominante em rev�lveres).
Na soma dos quatro anos em que as apreens�es foram analisadas, o predom�nio das muni��es restritas sobre as de calibre permitido para compra por civil autorizado, por exemplo, � 64% ante 36%.
Nacional
Nos n�meros de 2014, �nico ano em que foi poss�vel observar a marca do material, notou-se que 42% das apreens�es se referiam a balas da CBC, em 28% n�o podia ser identificado e em 7% dos casos vinha do M�xico ou Estados Unidos.
No total, as pol�cias tiraram de circula��o no per�odo 548.777 muni��es, o equivalente a 430 balas por dia ou uma para cada 30 habitantes do Estado.
"Enquanto todos ficam falando que (a muni��o) vem do Paraguai, notamos um elo importante entre o mercado legal e ilegal dentro do Pa�s. E, em um momento que a interven��o � liderada por um general, � importante lembrar que a atribui��o primeira de fiscaliza��o de armas e muni��es no Pa�s � do Ex�rcito", disse Langeani.
Para o professor da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani, a informa��o sobre o lote da muni��o no caso Marielle deve ser tratada com cuidado. "Ter acesso � muni��o no Brasil � ilegal, ent�o ela s� pode ter vindo de um clube de tiro ou das pol�cias. O dado por si s� n�o � conclusivo e necessita de mais apura��o. O crime vai tentar conseguir muni��es que um dia foram legais e essa n�o � uma �rea extremamente controlada, como deveria ser." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Marco Ant�nio Carvalho)