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Estado de Minas

O f�sico que foi de Minas a Marte


postado em 27/03/2018 10:24

S�o Paulo, 27 - Em agosto de 2012, o Curiosity pousava em Marte, tornando-se o maior e mais sofisticado ve�culo espacial a ser enviado com sucesso a outro planeta. Os radares que permitiram o pouso - um momento cr�tico da miss�o - foram projetados por uma equipe liderada pelo f�sico brasileiro Ivair Gontijo, pesquisador do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da ag�ncia espacial americana (Nasa).

Em seu novo livro "A Caminho de Marte", que acaba de ser lan�ado, Gontijo conta n�o apenas os detalhes da aventura com o Curiosity, mas tamb�m sua singular trajet�ria pessoal.

Criado na pequena cidade de Moema, �s margens do Rio S�o Francisco, no interior de Minas Gerais, Gontijo decidiu trocar seu emprego em uma fazenda pelo curso de F�sica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deixando seus parentes incr�dulos. Era s� o come�o: antes de chegar � Nasa, ele ainda fez doutorado e p�s-doutorados na Esc�cia e nos Estados Unidos, respectivamente.

"O objetivo do livro � mostrar que conseguir algo como trabalhar na Nasa est� ao alcance da maioria das pessoas que se disp�e a pagar um pre�o alto em horas de trabalho e estudo, em foco e planejamento", disse Gontijo � reportagem.

O autor intercala a narrativa de sua pr�pria trajet�ria com a hist�ria de estudos sobre Marte, que, segundo ele, tem apaixonado a humanidade h� 25 s�culos. "Procuro mostrar que a ci�ncia pode ser t�o emocionante como um gol em final de Copa do Mundo", afirmou.

Conseguir um emprego na Nasa, segundo Gontijo, foi extremamente dif�cil. Al�m da forma��o e dos anos de estudo intenso, foi preciso se armar de uma insist�ncia "astron�mica". "N�o foi na primeira vez em que bati na porta da Nasa que consegui entrar."

Miss�o

De acordo com Gontijo, o Curiosity � o ve�culo mais sofisticado j� constru�do e enviado a outro planeta, e a tarefa era dificultada por seu tamanho - a sonda pesa 900 quilos na Terra e possui mastro de dois metros de altura. "A tecnologia que utilizamos nas miss�es anteriores, com airbags, n�o funcionaria nessa circunst�ncia. T�nhamos de fazer o ve�culo descer em suas rodas."

O cientista conta que o trabalho em uma miss�o dessas dimens�es � exigente e tenso: nos momentos cr�ticos, como lan�amento e pouso, basta uma falha para que anos de trabalho e bilh�es de d�lares se percam.

"O processo de descida em Marte ficou conhecido como 'os sete minutos de terror', porque o ve�culo estava se aproximando do planeta a 28 mil quil�metros por hora, em rota de colis�o e em queda livre. Essa velocidade precisava ser reduzida a zero em apenas sete minutos."

Os radares desenvolvidos pela equipe de Gontijo foram fundamentais. "Quando vi meu colega na sala de controle dizendo 'achamos o solo com o radar', realmente acreditei que aquilo daria certo. Em seguida, lembro das comemora��es na sala de controle, com gritos e l�grimas. Foi espetacular", disse. O projeto custou US$ 2,5 bilh�es.

A miss�o do Curiosity terminou oficialmente, mas o ve�culo continua fazendo pesquisas em Marte, onde percorreu pouco mais de 18 quil�metros. "J� encontramos o leito seco de um rio, o fundo de um lago, rochas sedimentares e locais onde havia �gua com pH neutro, que uma pessoa poderia beber."

Atualmente, Gontijo est� trabalhando na pr�xima miss�o para Marte - a Mars 2020 -, que enviar� ao planeta vermelho um ve�culo semelhante ao Curiosity.

Um dos objetivos da explora��o de Marte, segundo Gontijo, � encontrar vest�gios de vida no planeta. "Se um dia descobrirmos vida fora da Terra, essa ser� a primeira coisa a ser estudada: como s�o os processos que formam a vida em outro planeta? Seria um descoberta espetacular", disse o brasileiro. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(F�bio de Castro)


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