Rio, 13 - Em comunicado divulgado mundialmente nesta sexta-feira, 13, a Anistia Internacional cobrou das autoridades brasileiras a resolu��o do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, que completa um m�s neste S�bado (14).
"A sociedade precisa saber quem matou Marielle e por qu�. A cada dia que passa e este caso permanece sem respostas, o risco e amea�as em torno dos defensores e defensoras de direitos humanos aumentam", disse Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil.
"O Estado deve garantir que o caso seja devidamente investigado e que tanto aqueles que efetuaram os disparos quanto aqueles que foram os autores intelectuais deste homic�dio sejam identificados. Caso contr�rio envia uma mensagem de que defensores de direitos humanos podem ser mortos e que esses crimes ficam impunes."
Eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016, Marielle era conhecida por defender os direitos das mulheres, com um foco particular na luta das mulheres negras, bem como pelos direitos LGBTI, e por denunciar abusos da pol�cia e execu��es extrajudiciais, principalmente nas favelas. Dias antes de seu assassinato, ela foi nomeada relatora da comiss�o criada para monitorar a interven��o federal na seguran�a p�blica do Rio de Janeiro.
Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos a tiros no bairro da Est�cio, na regi�o central do Rio de Janeiro, ap�s ela participar de um debate p�blico na noite de 14 de mar�o. Pelo menos 13 tiros foram disparados, quatro deles atingiram Marielle na cabe�a. As caracter�sticas dos disparos e a abordagem ao ve�culo da vereadora indicam que foi um assassinato cuidadosamente planejado, realizado por pessoas com treinamento.
A Anistia Internacional exige das autoridades brasileiras que conduzam uma investiga��o imediata, completa, imparcial e independente que n�o apenas identifique os atiradores, mas tamb�m os autores intelectuais do crime.
A falta de identifica��o de todos os respons�veis pelo assassinato de Marielle Franco coloca defensores e defensoras de direitos humanos em risco. O Brasil � um dos pa�ses onde mais se mata defensores de direitos humanos. S� em 2017, foram pelo menos 58 defensores assassinados. Tais crimes desencorajam a mobiliza��o, alimentam o medo e o sil�ncio na sociedade, avalia a entidade.
"O assassinato de uma vereadora, defensora de direitos humanos, ativista dos movimentos LGBTI e das favelas, negra e l�sbica, tem, claramente, a inten��o de silenciar sua voz e de gerar medo e inseguran�a. Mas vamos continuar levantando nossas vozes. Desde que Marielle foi morta, as pessoas no Brasil e em todo o mundo, se mobilizaram e n�o descansar�o at� que a verdade seja conhecida e a justi�a seja feita. Eles tentaram nos calar, mas n�s mostramos que n�o estamos com medo", conclui Jurema Werneck.
(Roberta Jansen)