Rio de Janeiro, 13 - A assessora que acompanhava a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) quando a parlamentar foi morta, em 14 de mar�o, no centro do Rio, est� fora do Brasil. Segundo integrantes do PSOL, que preferem n�o divulgar o nome da assessora, ela tomou a decis�o com receio de sofrer retalia��es de criminosos por ter presenciado a morte da vereadora.
Logo ap�s o crime, a assessora prestou depoimento � Delegacia de Homic�dios do Rio de Janeiro e em seguida deixou o Rio de Janeiro. Foi primeiro para outro Estado do Brasil, onde permaneceu alguns dias e tomou a decis�o de sair do Pa�s acompanhada pelo marido. A viagem para o exterior ocorreu dias depois.
O PSOL n�o divulga o destino da assessora na tentativa de garantir sua seguran�a.
Depoimento
Quando dep�s � Pol�cia Civil, ainda na madrugada de 15 de mar�o, a �nica sobrevivente da a��o criminosa que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes contou n�o ter percebido que o ve�culo em que estavam era seguido nem ter visto nenhum carro ou moto pr�ximos.
Assim que o ve�culo em que estavam entrou na Rua Jo�o Paulo I, no Est�cio, na regi�o central da capital, onde aconteceu o crime, a assessora, que estava distra�da falando ao telefone celular, ouviu o barulho dos tiros, que pareciam vir de tr�s, na diagonal.
Segundos antes, Marielle havia dito "U�?", em tom de d�vida, contou a assessora � pol�cia. No momento dos disparos, o motorista disse "Ai". A sobrevivente se abaixou para tentar se proteger, e Marielle, que usava cinto de seguran�a, tombou sobre ela. O ve�culo, que trafegava devagar, seguiu desgovernado at� que a pr�pria assessora conseguiu se esticar e acionar o freio de m�o.
Dois dias ap�s o crime, a assessora publicou nas redes sociais uma homenagem � vereadora.
"Estou viva. Mas a alma oca. A carne, ainda tr�mula, n�o suporta a dor que serpenteia por dentro, num looping sem fim. Minha amiga, na tentativa de calarem a sua voz, a ampliaram ensurdecedoramente, em milhares de bocas. Para sempre. #MarielleVive", escreveu.
(F�bio Grellet)