Governador de SP critica defensores de ocupa��es

S�o Paulo, 01 - O governador de S�o Paulo, M�rcio Fran�a, disse que morar em pr�dios como o que desabou nesta ter�a-feira, 1, no centro da capital � "buscar encrenca cada vez maior" e criticou os defensores de tais ocupa��es, destacando que aqueles que incentivam tal pr�tica est�o, na verdade, proporcionando trag�dias como essa. Em entrevista � GloboNews, Fran�a disse que o pr�dio que desabou � um im�vel do governo federal, tem estrutura leve e n�o comporta ocupa��o. "Precisaria que o governo federal tirasse as pessoas dessas ocupa��es, mas eles n�o fazem isso porque n�o sabem onde realocar as pessoas. N�o h� im�veis do Estado ocupados, neste caso, � do governo federal, portanto � o governo federal quem deve pedir a reintegra��o de posse", argumentou.

Ao falar de quem defende esse tipo de ocupa��o irregular, o governador de S�o Paulo reiterou que eles acreditam estar garantindo o direito de posse, quando na verdade esse tipo de moradia � inabit�vel, com condi��es subumanas, um verdadeiro barril de p�lvora prestes a explodir a qualquer momento. "Gra�as a Deus hoje chegamos a tempo (de salvar as fam�lias), mas nem sempre vai acontecer isso." E emendou: "Queremos tirar as pessoas (de ocupa��es irregulares) por quest�es de seguran�a. Pagamos o aluguel social e a pessoa vai morar em outro local. Prefeitura e governo do Estado t�m v�rias pol�ticas, constru�mos mais de cem mil im�veis nos �ltimos anos, mas tem fila de moradia."

Os bombeiros chegaram ao local � 1h35 da madrugada. Oficialmente, h� apenas um morador desaparecido, um homem que caiu do pr�dio em chamas durante o desabamento, no momento em que estava sendo resgatado pelos bombeiros. Segundo o governador, o trabalho agora � procurar pessoas que possam estar embaixo dos escombros. Fran�a disse que h� mais de 150 pr�dios ocupados indevidamente em S�o Paulo. "� uma briga judicial para tirar as pessoas, estamos notificando as pessoas, dizendo que � imposs�vel viver nesses locais", disse, argumentando que a trag�dia de hoje j� "estava anunciada".

O prefeito de S�o Paulo, Bruno Covas, afirmou que o trabalho de remo��o dos escombros vai levar pelo menos uma semana. Ele reiterou que o pr�dio pertence � Uni�o e 150 fam�lias j� estavam cadastradas junto � Secretaria da Habita��o, 25% eram estrangeiros. Covas tamb�m afirmou que n�o cabe a Prefeitura retirar as pessoas do local. O pedido de reintegra��o de posse tem que ser feito pelo dono do pr�dio, ou seja, o governo federal. Filipe Sabara, da secretaria municipal de Assist�ncia e Desenvolvimento Social, informou que no pr�dio que desabou, cerca de 90 fam�lias ( num total de 248 pessoas) j� est�o sendo assistidas e levadas para um abrigo. Al�m do pr�dio que desabou, dois pegaram fogo. E disse tamb�m que "infelizmente as fam�lias n�o querem deixar as ocupa��es".

De acordo com a Prefeitura, 8 pr�dios do entorno t�m ocupa��es. Segundo o prefeito, em toda a cidade de S�o Paulo h� pelo menos uma centena de pr�dios invadidos. Ele refor�ou que a prefeitura tenta desestimular as ocupa��es irregulares. Segundo o secret�rio estadual da Seguran�a P�blica, M�gino Alves, 270 bombeiros, policiais e agentes da Defesa Civil est�o trabalhando no local do desabamento.

O edif�cio tinha 24 andares e 11 mil metros quadrados, no centro de S�o Paulo, e abrigou durante cerca de 25 anos a Pol�cia Federal. Segundo o coordenador do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD), Ricardo Luciano, o fogo teria come�ado ap�s uma briga entre moradores do 5� andar. De acordo com ele, de 80 a 150 crian�as viviam no local. "O intuito do movimento � que as fam�lias consigam uma moradia digna", disse Luciano. Segundo ele, havia imigrantes, mas a maioria dos moradores era brasileira. "Se tiver que ocupar outro pr�dio abandonado sem fun��o social a gente vai ocupar sim para colocar essas fam�lias", refor�ou o coordenador do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD), Ricardo Luciano. (Com informa��es do portal Estadao.com)

(Elizabeth Lopes)